A Softplan disse que faria e fez. Em outubro, a companhia catarinense fez uma emissão de debêntures no valor de R$ 250 milhões para acelerar seu crescimento e “dar fôlego” para novas aquisições. Eis que antes do fim de 2024 já saiu um M&A. Por um valor não divulgado, a empresa comprou a Runrun.it, startup especializada em automação de processos e tarefas para equipes.
Segundo destacou a Softplan em comunicado, o novo movimento complementa o portfólio do vertical Softplan Eficiência Operacional que atua para promover fluxos mais eficazes e automatizados para seus clientes e operações.
A vertical de Eficiência Operacional da Softplan é liderado pela Checklist Fácil, software de auditoria e padronização de processos, resultado de uma compra que o grupo fez em 2021, mas cujas integrações só foram concluídas totalmente este ano.
Segundo Rafael Zambelli, diretor executivo do Grupo Softplan para Eficiência Operacional, a aquisição da Runrun.it reforça a visão de complementariedade, fortalecendo a presença das soluções da Softplan em múltiplas etapas da rotina dos clientes.
“A chegada da Runrun.it em nossa operação representa um avanço significativo em nossa estratégia de oferecer soluções que promovem a eficiência operacional. A combinação da Checklist Fácil com a Runrun.it não apenas otimiza a gestão de processos, mas também proporciona aos nossos clientes ferramentas que facilitam a automação de tarefas e a colaboração entre equipes”, explica Rafael, em nota.
A vertical projeta uma receita líquida de R$93M para 2024, com um CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta) superior a 35% entre 2022 e 2024. Com a aquisição da Runrun.it essa taxa de crescimento anual composta eleva-se para 45%.
Com pouco mais de 10 anos de mercado, a Runrun.it possui mais de 1.200 clientes, entre eles Cacau Show, Bradesco, Porto Seguro, DHL, entre outros. A companhia não abriu dados de faturamento.
Em 2023, o Grupo Softplan anotou cerca de R$ 653 milhões em receita, um crescimento de 23% sobre o ano anterior. Para 2024, a o plano é manter um crescimento na mesma linha, chegando aos R$ 803 milhões em receita líquida.
Com a nova aquisição, a Softplan acelera rumo à sua grande meta estabelecida para 2025: a de bater R$ 1 bilhão em receita, o que foi revelado pelo CEO Eduardo Smith em conversa com o Startups em outubro. Com os R$ 250 milhões levantados via debêntures dois meses atrás, mais o que a empresa tem em caixa, a previsão da companhia é colocar cerca de R$ 500 milhões em posíveis M&As para cumprir o objetivo.
Este ano, a Softplan comprou em maio a legaltech Deep Legal – antes disso, em agosto do ano passado, comprou por um valor não divulgado a Construmarket, de soluções de inteligência para construção civil e facilities.
À medida que se aproxima da cobiçada marca de R$ 1 bilhão em receita, a companhia espera paciente pelo momento de dar outro grande passo: o de fazer o seu IPO. Entretanto, em conversa recente com o Startups, Eduardo Smith frisou que não há pressa para esse movimento, já que o mercado ainda não está dos mais favoráveis para ofertas públicas na bolsa, uma postura semelhante a outra grande catarinense do setor de software, a Senior.
No fim do ano passado, inclusive, Eduardo comentou que o momento estava mais favorável para o Grupo Softplan buscar parceiros e investidores no mercado privado, do que se arriscar na bolsa. “Seguiremos a nossa estratégia de crescimento inorgânico, estudando fortemente em aquisições que se conectem a nossa cultura e planejamento”, finaliza.