A FCamara, multinacional brasileira de soluções de tecnologia, tem o plano de bater a marca de R$ 1 bi em receita até 2030 — e, pelo jeito, a expansão inorgânica faz grande parte dessa estratégia. Três semanas depois de anunciar um M&A com a empresa de e-commerce Avanti, ela já está com um novo deal: acabou de comprar 100% da Dfense, empresa nacional especializada em segurança digital.
Os valores do negócio, feito em troca de ações, não foram divulgados, mas, segundo revelou a FCamara em nota, ele faz parte do plano de investir pelo menos R$ 30 milhões na vertical de segurança digital nos próximos anos. A previsão é de que somente essa frente atinja um faturamento de R$ 100 milhões ainda em 2025 e de R$ 200 milhões até 2027, sendo 20% desse valor provenientes de clientes internacionais.
De acordo com a companhia, a compra está alinhada à estratégia geral de fortalecer seu ecossistema com soluções tecnológicas voltadas à segurança digital, em um cenário no qual ataques cibernéticos se tornaram recorrentes e representam um dos principais riscos para as empresas. Conforme dados do IDC, o Brasil é o maior mercado de segurança da informação da América Latina, com cerca de 40% de participação na região.
“A segurança cibernética deixou de ser um diferencial para se tornar essencial a qualquer operação digital. A entrada da Dfense representa um salto em nossa atuação, posicionando a FCamara como um player ainda mais completo e preparado para atender a projetos de alta complexidade, tanto no Brasil quanto no exterior”, explica Arthur, em comunicado.
Por sua vez, a Dfense traz ao portfólio da FCamara uma expertise técnica desenvolvida em projetos com grandes companhias dos setores financeiro, varejista, logístico e industrial. Entre os serviços oferecidos estão SOC (Security Operations Center), Pentest (testes de intrusão), MSS (Managed Security Services), entre outros.
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“A união com a FCamara amplia nossa capacidade de inovar, combinando tecnologia, dados e talento para criar soluções de segurança ainda mais completas e acessíveis. Esse ambiente colaborativo acelera o crescimento da Dfense e reforça nosso propósito de democratizar a cibersegurança, expandindo nossa presença dentro e fora do Brasil, sem abrir mão da proximidade e confiança que sempre tivemos com nossos clientes”, destaca Gabriel Paiva, CEO da Dfense, em nota.
Onda de aquisições
Esta é a 11ª aquisição realizada pela FCamara desde 2022. Somente nos últimos seis meses, a companhia já gastou mais de R$ 100 milhões em deals para expandir seu ecossistema, mirando a marca de R$ 1 bilhão em receita nos próximos cinco anos. Entretanto, a companhia não abre seus números de faturamento atual.
Só nos últimos seis meses, a empresa tem acelerado em sua estratégia externa. Em 2024, ela investiu R$ 10 milhões no Distrito e no seu plano de montar uma fábrica de IA. Em janeiro, investiu €4 milhões na Beta-i, consultoria europeia de inovação colaborativa.
O deal mais recente da FCamara foi há menos de um mês. No começo de junho, ela adquiriu 60% da Avanti, em uma transação de R$ 20 milhões, na qual as empresas unificaram suas operações de e-commerce, mesmo mantendo as marcas separadas.
Em entrevista ao Startups, Arthur Lawrence afirmou que a expectativa é que essa operação adicione cerca de R$ 40 milhões no faturamento total da empresa até o fim de 2025. “Com a presença já global da FCamara, fortalecemos nossa capacidade em grandes projetos de VTEX, e a ideia é levarmos o know-how para grandes projetos no Brasil e fora”, disse Arthur, na ocasião.
