M&A

Greener e Iriun criam joint venture para M&A de ativos solares

Noris vai atuar como uma assessoria de M&As para usinas solares, mercado que promete ganhar tração nos próximos anos

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Foco da Noris são M&As de usinas solares | Foto: Canva
Foco da Noris são M&As de usinas solares | Foto: Canva

O mercado de geração distribuída ainda é recente no Brasil e, como ocorre em setores emergentes, os players estão em fase de amadurecimento. Nesse contexto, é natural que o mercado passe por ajustes ao longo do tempo. As operações de fusões e aquisições (M&As) têm papel fundamental nesse processo de consolidação e, não por acaso, registraram um crescimento de 25% no primeiro trimestre deste ano.

É nesse cenário que surge a Noris, joint venture formada pela Greener, empresa de inteligência para transição energética, e pela Iriun, consultoria especializada no setor, que juntas já assessoravam transações nesse segmento. Agora, a Noris passa a atuar como uma assessoria de M&As especializada em operações com ativos solares no Brasil.

Juntas, as duas empresas já haviam assessorado mais de 1,3 GW em projetos de geração distribuída e mais de R$ 5 bilhões em valores transacionados. Entre as operações, está a venda de 29 usinas solares de geração distribuída (GD) da Raízen para a Infraestrutura Brasil Holding, subsidiária da Pátria Investimentos.

“O aumento de M&As é resultado de um processo de amadurecimento do setor, que passa a ir em busca de maior eficiência. Esse é um processo que tende a acelerar até 2026 e 2027”, afirma Marcio Takata, CEO da Greener, em entrevista exclusiva ao Startups.

Marcio Takata e Rafael Moret, fundadores da Noris | Foto: Divulgação

A Noris é focada em operações com usinas solares – grandes áreas de terra destinadas à instalação em larga escala de painéis fotovoltaicos. No caso da assessoria, o enfoque são usinas na faixa de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.

CEO da Noris e da Iriun, Rafael Moret explica que a compra de usinas solares tem atraído investidores que buscam diversificar seu portfólio, porém, sem correr tanto risco, como no mercado de ações.

“O mercado de energia é estável, não tem grandes flutuações como acontece na renda variável. Para quem quer correr pouco risco, acabam sendo opções muito boas”, aponta.

Segundo ele, a maior parte das vendas hoje são de pequenos proprietários de usinas, que começaram a investir nesse segmento quando a geração distribuída teve início no Brasil, mas que não estavam preparados para a complexidade desse tipo de operação.

“Tem desde o pequeno investidor que construiu a usina com tese de ganhar ágio na venda construída, como ocorre no mercado imobiliário, e tem situações mais extremas, onde o investidor construiu a usina achando que seria fácil gerenciar, mas depois enfrentou problemas ou teve dificuldades para conseguir clientes. Do lado dos compradores, temos empresas que já entendem desse mercado”, conta Rafael.

De acordo com o Boletim M&A da Greener, foram registradas 15 transações no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 25% em relação ao mesmo período de 2024. Das oito operações que envolveram usinas solares, sete são de geração distribuída, mais que o dobro do registrado no primeiro trimestre do ano anterior.

Para Marcio Takata, o aumento de M&As no setor de usinas solares tende a se refletir também nas empresas de tecnologia do mercado de energia fotovoltaica, que ajudam a suportar as operações, seja enquanto marketplaces ou na parte de financiamentos e gestão, por exemplo.

“São operações que vão ganhar tração agora, a partir deste ano, ano que vem, à medida que teremos um volume bastante grande de ativos”, aponta o CEO da Greener.