O Gringo, superapp de serviços para motoristas, agora faz parte da Sem Parar. A informação sobre a operação foi divulgada pelo VEF, fundo sueco que é um dos investidores do aplicativo. De acordo com o comunicado, todos os investidores estão vendendo sua posições. O negócio precisa passar por aprovação de órgãos reguladores e deve ser concluído nos próximos meses.
Segundo o VEF, a venda da participação na Gringo trará US$ 15,2 milhões para o seu balanço. O valor é exatamente o que o fundo colocou na companhia em duas oportunidades nos últimos dois anos. Com os aportes, o fundo chegou a 9,3% de participação na startup. Com essa conta, é possível estimar que a Gringo foi avaliada em cerca de US$ 163 milhões. Mas sem os detalhes do acordo é difícil cravar o valor.
Pelo aplicativo do Gringo, o motorista pode pagar débitos como multas, IPVA e licenciamento, consultar informações sobre CNH e tabela FIPE, contratar seguro e fazer empréstimos. A empresa tem 20 milhões de usuários cadastrados e afirma ter transacionado mais de R$ 1 bilhão. Nascida em 2019, a startup levantou quase R$ 500 milhões. A captação mais recente tinha acontecido em setembro de 2024, uma extensão da série C realizada um ano antes, que colocou mais R$ 70 milhões no caixa.
Para o Sem Parar, a operação faz sentido dentro da estratégia de “ecossistema de mobilidade”, que busca expandir a operação para das origens nas tag de pedágio. A companhia já oferece em seu aplicativo serviços como comparação de preços de combustível, parcelamento de IPVA, multas e licenciamento em até 12x, contratação de seguros e assistências.
Em março do ano passado, o grupo norte-americano Fleetcor, que controla a Sem Parar, comprou a Zapay, outra startup de soluções de pagamento e renegociação de débitos veiculares, um serviço concorrente da Gringo.
Mais detalhes
O VEF entrou na startup em 2022 quando liderou sua série B, colocando US$ 12,2 milhões. No ano seguinte, injetou mais US$ 3 milhões na série C. Com o total injetado, sua fatia era de 9,3% na operação.
Segundo o fundo, a venda para o Sem Parar pagou as contas. “A transação acontece dentro de uma margem apertada do valuation atribuído à Gringo no 3Q24, por conta da forte depreciação do REAL (-12%) em relação ao 4Q24, e tem um impacto negativo <1% no NAV do VEF no 3Q24”, informou o fundo em comunicado. No balanço do período de julho a outubro do ano passado, o VEF estipulou um fair value de US$ 17,2 milhões para a Gringo. No primeiro trimestre de 2023, o negócio chegou a ser avaliado em US$ 20,6 milhões.
De acordo com Alexis Koumoudos, CIO do VEF, a venda da participação está em linha com o plano do fundo reforçar seu balanço vendendo participações por valores em linha com o NAV estimado.
“Reforçar o balanço por meio de exits de participações selecionadas tem sido um objetivo do VEF. O recente IPO da BlackBuck, seguido do exit da Gringo são bons começos. E vamos continuar a entregar exits em 2025. Com o capital, vamos priorizar a desalavancagem do balanço, seguido de da recompra de ações de forma oportunística. Olhando de forma mais ampla, a oportunidade para o futuro das fdinanças em mercados em crescimento é imensa. Nosso pipeline está crescendo e estamos nos reagrupando para reforçar nossa posição de capital e, novamente, nos aproveitarmos dessas poportunidades”, disse Dave Nagle, CEO do VEF, em comunicado.
O Startups entrou em contato com a Gringo e com a Sem Parar, que ainda não deram mais informações sobre o negócio.