Fundada há 40 anos como um software de folha de pagamento para Windows, a LG lugar de gente atravessou diversas fases em sua trajetória. Em 2021, chegou a se preparar para abrir capital, mas recuou diante do fechamento da janela de IPOs. Três anos após a saída dos sócios-fundadores e adotando um ritmo de startup, a plataforma de soluções para RH agora busca acelerar seu crescimento, tanto de forma orgânica quanto por meio de aquisições. Para isso, sua máquina de M&As está operando a todo vapor.
Para este ano, a LG lugar de gente já tem dois M&As em curso, mas continua de olho no mercado em busca de startups que complementem o ecossistema da empresa, com soluções que podem ir de gestão de viagens corporativas, por exemplo, a produtos para segmentos em que a companhia ainda não está tão presente, como pequenas e médias empresas.
Desde 2014, a companhia já realizou seis aquisições. Entre elas, a compra da e-Guru, em 2016, startup de gestão de aprendizado com foco em gamificação fundada por Felipe Azevedo, que em 2021 assumiu o cargo de CEO da LG lugar de gente.
Em entrevista ao Startups, Felipe refuta os rumores de que a companhia estaria procurando por um comprador. Hoje, a LG é controlada pelos fundos H.I.G. Capital e HIX Capital, que compraram a participação dos fundadores em 2022.
“Não tem discussão de saída agora. Estamos muito mais focados em comprar do que em vender a empresa”, afirma o CEO. “Os fundos entraram em 2022 e não se maximiza retornos em dois ou três anos”.
Com 2.200 clientes e cerca de 2,5 milhões de usuários, a LG lugar de gente processa R$ 8 bilhões por mês em folha de pagamento de empresas como Ambev, Santander, C&A, Stone, entre outras. A maior parte dos seus clientes são grandes corporações, com mais de 1 mil funcionários – segmento no qual a LG possui cerca de 25% do market share.
Os principais concorrentes da companhia são gigantes como a SAP, além de players locais de ERP que possuem soluções de RH em suas plataformas, como TOTVS e Senior Sistemas.
Para ganhar competitividade, a LG lugar de gente tem investido em soluções que integrem o seu portfólio e ajudem a empresa a se fortalecer como um one stop shop para a área de recursos humanos. Neste ano, a companhia lançou sua vertical de benefícios, que conta com parceiros como iFood Benefícios, na área de vales-refeição e alimentação, além da XIPP (saúde e seguros) e da fintech benup (consignados etc).
“Com a unidade de negócios de benefícios, optamos pela estratégia de trazer parceiros porque não é o core da empresa. Temos mais de 25 módulos, mas 80% da receita vem da nossa suíte cloud”, aponta o CEO.
Segundo o executivo, objetivo é crescer organicamente acima de 20% ao ano. Atualmente, a empresa está se aproximando de uma margem EBITDA próxima de 30% e de atingir o marco de R$ 400 milhões de receita este ano.
“Desde a época do IPO a companhia mantém um padrão de governança nível B3 e estaria pronta para abrir capital, mas a gente só vai discutir isso no final de 2027. Para fazer IPO lá fora tem que ter porte. E no Brasil a gente conhece os desafios do mercado de capitais”, diz.