A Moove, fintech nigeriana especializada no financiamento de veículos para motoristas de aplicativos, acaba de adquirir a startup brasileira de mobilidade Kovi. A compra faz parte da estratégia global de expansão da Moove, que escolheu a Kovi como sua porta de entrada na América Latina. O valor da transação não foi divulgado.
Com a aquisição, a Moove agora opera em 19 cidades de seis continentes e amplia sua frota para mais de 36 mil veículos. Segundo comunicado da empresa, a transação também pode impulsionar sua receita para mais de US$ 275 milhões.
Segundo Ladi Delano, co-CEO e cofundador da Moove, o movimento também reforça o compromisso da empresa em contribuir com a economia brasileira. “A Kovi construiu um negócio impressionante com forte domínio no mercado brasileiro, conhecido por ser um dos mais dinâmicos do mundo. Suas tecnologias avançadas serão utilizadas em nosso portfólio para podermos focar ainda mais em segurança, eficiência e inovação com o uso da IA”, afirma o executivo, em nota.
A Kovi foi fundada em 2018 com a missão de democratizar o acesso ao aluguel de veículos, tornando-o mais acessível e econômico. Presente no Brasil e no México, a empresa oferece planos no modelo “pague o que usar” e carro por assinatura sem análise de crédito, prometendo os menores preços do mercado.
“Estamos na vanguarda de uma nova era de mobilidade e acreditamos que a Moove tem feito um excelente trabalho ao escalar sua atuação globalmente”, destaca Adhemar Milani Neto, CEO da Kovi, em nota. “Juntos, nos tornaremos um verdadeiro negócio global, referência em mobilidade. Estamos empolgados em continuar nossa expansão pela América Latina, agora com ainda mais robustez e com um parceiro importante”, pontua.
A Kovi já vinha avançando em sua própria estratégia de consolidação na América Latina. Em 2021, a empresa captou R$ 500 milhões em uma rodada coliderada por Valor Capital e Prosus Ventures para acelerar seu plano de expansão. Meses depois, investiu R$ 5 milhões por uma participação minoritária na mineira Zanzar, startup que instala telas de alta resolução em carros de motoristas de aplicativos, no modelo conhecido como in-car media.
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O Startups apurou que a Kovi planejava fazer um IPO apostando em maior eficiência e uma frota menor que a de grandes locadoras como Movida e Localiza. No entanto, diante dos desafios enfrentados a partir de 2022, a startup precisou recalcular a rota. Seu crescimento foi impulsionado por uma oferta de crédito mais flexível que a das concorrentes, mas o cenário difícil para captação de recursos e abertura de capital levou a empresa a optar pelo M&A como caminho mais estratégico. A transação ocorreu com um valuation atrativo para a Kovi e permitiu que seus investidores migrassem como acionistas da Moove global, que, no futuro, deve buscar seu próprio IPO.
Próximos passos
A Moove pretende incorporar à sua operação a cultura data-driven da Kovi na gestão de frota e experiência do usuário, aprimorando o serviço oferecido aos clientes. Além disso, adotará o software de IoT da Kovi e seu algoritmo de monitoramento do comportamento dos motoristas parceiros, garantindo mais segurança e eficiência operacional.
Como parte de sua estratégia de longo prazo, a Moove também se comprometeu a adquirir pelo menos 15 mil novos veículos por ano nos mercados onde atua, para atender à crescente demanda.
A aquisição ainda está sujeita à aprovação das autoridades brasileiras.
Sobre a Moove
Criada em 2020, a Moove tem inovado no setor de mobilidade automotiva com o modelo Drive-to-Own e a gestão de frotas de veículos autônomos. A empresa já impactou mais de 100 mil pessoas nas cidades onde atua por meio da geração de empregos e viabilizou mais de 50 milhões de corridas em parceria com a Uber.
Em 2024, essa parceria evoluiu para um investimento estratégico, com a Uber liderando uma rodada de US$ 100 milhões na fintech africana. Ao longo de sua trajetória, a Moove captou mais de US$ 500 milhões de investidores como BlackRock, Mubadala, Franklin Templeton, Janus Henderson e IFC (Banco Mundial).
