Copiando o playbook da Amazon (de novo), o Magazine Luiza lançou seu próprio serviço de nuvem, o Magalu Cloud. O lançamento oficial foi feito ruante evento com mais de 400 pessoa presentes na sede da varejista na Zona Norte de São Paulo. Na plateia, funcionários do Magalu, parceiros e até representantes de nuvens concorrentes como Google e Oracle. O Startups não encontrou nenhum representante da AWS. “A gente não vem para concorrer. Estamos somando”, disse Luiza Trajano, presidente do conselho de administração da companhia.
Um dos diferenciais destacadas pelo varejista na comparação com outros provedores é o preço mais baixo e a cobrança em reais. A promessa é de uma redução de custo de 30% a 75% quando comparado a ofertas semelhantes oferecidas a partir do Brasil. Em duas comparações com serviços globais, as variações de preços apresentadas ficaram em 10% e 28%. A companhia também pretende se diferenciar no modelo de precificação dos produtos. Atualmente são 30 clientes usando a cloud, incluindo o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), maior empresa pública de tecnologia do mundo e o próprio Magazine Luiza.
A nuvem do Maglu está focada na parte de infraestrutura como serviço (IaaS), concentrando-se em 4 grandes áreas: computação, armazenamento, rede e serviços de dados.. Dentre os serviços já oferecidos estão máquinas virtuais x86 com CPU e GPU, contêineres gerenciados por kubernetes, bancos de dados compatíveis com MySQL e PostgreSQL e armazenamento de objetos compatível com o protocolo S3. Também são fornecidos serviços complementares, como redes virtuais privadas, firewalls virtuais, registro e serviço de nome DNS, sistemas de gestão de acesso, entre outros. As ofertas serão complementadas por parceiros. Na lista estão nomes locais como a mineira Dadosfera, a Configr, a Rocket.chat, mas também a gigante IBM. “Aqui a gente viu um movimento de co-criação. E é isso que a gente viu de diferente de tudo que existe por aí”, disse Gabriel Engel, fundador da Rocket.chat.
Segundo um dos parceiros do projeto consultados pelo Startups, a oferta está bem estável e confiável e cobre o básico de nuvem, mas ainda com pouco escala por se tratar de um projeto inicial. O atendimento próximo, em português, com conhecimento do assunto, também é interessante. A avaliação é que a nuvem está parecida com a oferta da Digital Ocean – um provedor americano direcionado a startups – há alguns anos
O projeto do Magalu Cloud começou a ser desenvolvido há 3 anos dentro do Luiza Labs, a área de inovação da companhia. De acordo com Fred Trajano, CEO do Magazine Luiza, o projeto veio como “uma surpresinha” da compra da Stoq, uma empresa de PDVs adquirida em 2020. Tanto que Kiko Reis, fundador da startup, é o líder do Magalu Cloud.
Os serviços serão oferecidos a partir de infraestrutura própria da companhia. São dois data centers localizados na Grande São Paulo e em Fortaleza (CE). De acordo com a companhia, os softwares que controlam essa infraestrutura são próprios, baseados em código aberto.
Segundo Fred, hoje 80% da tecnologia do Magalu está na nuvem, sendo que 30% do todo está em sua própria infraestrutura, e mais cargas estão sendo levadas para dentro de casa. Segundo ele, o Magalu gasta “centenas de milhões de reais” com serviços de nuvem de outros provedores. DE acordo com André Fatala, vice-presidente de tecnologia do Magalu, a economia com as cargas já movidas para o serviço próprio foi de 35%. “Se tudo der errado, teremos uma nuvem mais barata, complementada pelos parceiros internacionais”, afirmou Fred.