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Mais da Loggi: fundadores vão para o conselho e CFO assume comando

Fundador Fabién Mendez sai da cadeira de CEO para o conselho. Agora quem vai liderar a startup é o ex-CFO Thibaud Lecuyer

Foto: Startups
Foto: Startups

Hoje mesmo reportamos sobre uma onda de demissões na Loggi, mas parece que essa foi apenas a primeira das mexidas que a logtech está fazendo em sua operação. O fundador Fabién Mendez está deixando o cargo de CEO da companhia para assumir uma cadeira no conselho de administração da empresa. Agora quem vai liderar a startup é o ex-CFO Thibaud Lecuyer.

A informação foi apurada pelo Startups junto a fontes ligadas à Loggi, que confirmaram a troca de posições por conta de um email enviado pela empresa a funcionários. Segundo o comunicado, que também destaca a ida do cofundador (e até então CPO) Arthur Debert ao conselho, a justificativa para a troca é a de “fazer emergir as novas lideranças” que a empresa desenvolveu ao longo dos anos.

Segundo afirmou o ex-CEO Mendez no comunicado, o movimento permitirá trilhar um caminho equilibrado entre visão e disciplina operacional. “Me manterei por perto e, certamente, nos falaremos em nossos próximos All Hands. Só que desta vez, o Thibaud será o mestre de cerimônia”, escreveu o fundador no email a que o Startups teve acesso.

Lecuyer entrou na Loggi em 2019, trazendo seu conhecimento de mercado como cofundador da Dafiti. A contratação foi vista como uma manobra chave para estruturar os os processos internos com a expectativa de um futuro IPO, coisa que ainda não aconteceu.

Mudanças rápidas

As coisas estão mudando rápido da Loggi. Hoje (8), a empresa dispensou cerca de 15% do seu quadro de 3.000 pessoas – aproximadamente 500 colaboradores. Segundo apurou o Startups, as demissões atingiram diversas áreas da companhia, incluindo tecnologia, design e recrutamento. Em Lisboa, onde a Loggi tem um hub de tecnologia, cerca de 40% do time foi cortado (35 pessoas).

A empresa levantou um aporte de R$ 1,15 bilhão em fevereiro de 2021, e também tem em seu histórico um investimento do Softbank, que acabou de divulgar resultados pouquíssimo animadores, com perdas 2.93 trilhões de ienes (US$ 21,6 bilhões) em seu primeiro trimestre fiscal. Além disso, outras startups do portfólio do SoftBank também enxugaram as operações. Em maio, a VTEX cortou mais de 10% do quadro. A healthtech Alice, que em dezembro fechou uma série C de US$ 127 milhões, desligou 63 funcionários 7 meses após o aporte.

Como bem se sabe, investidores cumprem um importante papel nas decisões de uma empresa, e resta saber o quanto deste sacode na Loggi tem a ver com isso. A reportagem procurou a Loggi em busca de mais informações. Até o momento, a empresa não retornou a solicitação.