Alex Vilhena e Thiago Garuti, fundadores da Malga
Alex Vilhena e Thiago Garuti, fundadores da Malga | Foto: Divulgação

A Malga, infraestrutura financeira e orquestradora de pagamentos, projeta fechar 2025 com cerca de R$ 15 bilhões em volume transacionado – três vezes mais que os R$ 5 bilhões registrados no ano passado. A fintech, que vem direcionando seus esforços para o mercado de plataformas B2B, planeja dobrar as operações no próximo ano, ampliando a presença entre empresas de software (SaaS), ERPs, fintechs e bancos digitais.

“Começamos como orquestradora e, com o tempo, percebemos que muitas empresas estavam usando o nosso produto para criar suas próprias soluções de pagamentos. Foi quando vimos a oportunidade de atuar com plataformas B2B, ajudando-as nessa jornada”, afirma Alex Vilhena, CEO e cofundador da Malga.

Segundo ele, esse movimento permite às empresas não apenas processar pagamentos, mas transformar esses fluxos em produto e fonte de receita.

O executivo cita exemplos do mercado para ilustrar a oportunidade: “Mercado Pago e iFood Pago têm uma participação expressiva na receita das empresas-mãe. A Shopify fez um movimento semelhante quando investiu na frente de pagamentos.” E completa: “A diferença é que essas empresas construíram suas soluções na raça – errando, contratando, testando. Nós oferecemos uma plataforma completa para que elas montem suas soluções de pagamento com facilidade.”

Alex destaca que muitas plataformas B2B, especialmente as SaaS, enfrentam a dor de lidar com soluções engessadas. A proposta da Malga, segundo ele, é oferecer uma infraestrutura modular, flexível e agnóstica, que permita customizar a experiência conforme a necessidade de cada negócio. “Mais do que reduzir custos, o nosso objetivo é ajudar as empresas a aumentarem a receita”, pontua.

Visão de negócio

A Malga passou por uma pivotagem em 2023, quando deixou de se chamar Plug. Segundo Alex, o movimento atual não representa uma nova mudança de rota. “Não estamos pivotando de novo. Já estávamos focados em intermediadores, apenas nichamos ainda mais com as plataformas B2B, dada a alta aderência com esses players”, afirma.

A próxima fase de crescimento é sustentada pelo aporte de R$ 32 milhões que a Malga recebeu em fevereiro deste ano. A rodada série A foi liderada pelo CV iDEXO, CVC da Totvs, e pela Costanoa, com participação de Ignia, Gaingels e follow-on de QED, Norte Ventures e Y Combinator.

Alex considera a captação “modesta”. “Podíamos ter captado mais, mas a operação estava bastante eficiente e queríamos manter isso”, diz. De acordo com ele, os recursos permitiram investir na expansão do time e no aprimoramento do produto.

Para 2026, a prioridade da Malga é aprofundar a atuação no mercado de plataformas B2B. Com foco no Brasil, a empresa planeja investir nas evoluções do Pix e em formas mais expressivas de rentabilizar o Volume Total de Pagamentos (TPV).