Martech

Com novo sócio, Creators quer ser mais SaaS e menos agência

Startup quer focar menos no matchmaking de criadores com empresas, e ser mais uma plataforma de gestão de campanhas

Gabriel Klein, Rodrigo Allgayer e Nohoa Arcanjo, da Creators | divulgação
Gabriel Klein, Rodrigo Allgayer e Nohoa Arcanjo, da Creators | divulgação

O mercado de soluções e serviços para agências e marcas que desejam trabalhar com criadores de conteúdo está cada vez mais acirrado no país, e a Creators resolveu fazer ajustes na sua operação para se reposicionar no mercado. Agora, o plano da empresa é o de gradualmente ser menos de matchmaking entre marcas e criadores, para ser mais uma plataforma de gestão de campanhas.

“Após cinco anos de atuação híbrida, que combinou tecnologia de ponta e uma equipe especializada, a empresa agora disponibiliza sua avançada tecnologia diretamente para marcas, agências e intermediadores”, destacou a companhia em comunicado.

Para este novo momento, a empresa trouxe para as fileiras um novo sócio. Gabriel Klein, profissional com mais de 20 anos de experiência em inovação e estratégias de conteúdo, será o Chief Innovation Officer (CIO), liderando o Creators Partner Shop, o braço de serviços da empresa focado em marcas e agências.

Além disso, a empresa fez mudanças em sua direção. A cofundadora Nohoa Arcanjo agora é a CEO da companhia, e o outro cofundador, Rodrigo Allgayer, deixa a cadeira de CEO para comandar as iniciativas de produto e tecnologia da martech, assumindo o posto de CPO.

Em conversa com o Startups, Rodrigo destacou que sua nova função tem o papel de acelerar a transição do negócio para uma base mais de SaaS, desenvolvendo a Creators Platform, uma solução para automatizar e colocar na mão das agências e marcas o controle de suas campanhas.

Em 2022, a empresa divulgou uma receita de R$ 20 milhões, algo que, segundo Rodrigo, era em sua maior parte (70%) baseada em serviços. “Entretanto, não era algo que nos entregava margens altas e tinha um alto custo operacional. Atualmente, a proporção já está mais equilibrada, mas tem espaço para melhorar.

“É uma transição que vai ser gradual, com todas as frentes conectadas. Não dá para tirar a parte de serviços, pois ela representa ainda uma boa parte de nossa receita – e é assim que vamos investir mais na plataforma para tornar nossa solução cada vez mais self-service. Trazer o cliente com a camada de serviço, mas entregar cada vez mais autonomia dentro da plataforma”, explica Rodrigo.

Sem acabar com as agências

Se no jogo das soluções para campanhas com influencers, players como a BrandLovrs querem atuar de ponta-a-ponta, inclusive tirando agências da equação, a Creators optou por ir por outro caminho.

“Na parte de matchmaking, estamos vendo um mercado saturado e com empresas mais capitalizadas. Ao mesmo tempo, resolvemos olhar para o que temos como ponto forte, que é um grande software de gestão de campanhas com influencers. Encontrar criador não é a dor, gerir é que é problema”, dispara.

Por conta disso, o plano da Creators é ganhar mais espaço com sua solução junto às agências. “Uns anos atrás, cheguei a pensar que a tecnologia poderia acabar com as agências”, afirma Rodrigo, que por muitos anos trabalhou na área como publicitário. “Mas agora as agências estão entendendo como trabalhar com creators. Antes a ente trabalhava mais com as marcas, hoje virou mais uma parceria com as agências para trabalhar com as marcas”, explica.

De acordo com o CPO da Creators, atualmente a proporção entre clientes agência e marcas é de 50/50, e a expectativa é que o modelo com as agências volte a ganhar proeminência. “É o melhor modelo, quando trabalha nessa parceria. Além disso, tem segmentos ainda pouco explorados, como as de agências regionais, que precisam da tecnologia de gestão para agregar aos seus serviços”, avalia.