A BPool, martech que criou uma plataforma de conexão e matchmaking entre empresas e fornecedores de serviços de marketing, tem uma meta para 2023: chegar aos R$ 100 milhões de faturamento, depois de fechar 2022 com um crescimento de aproximadamente 200%.
Fundada por dois executivos com experiência na área de publicidade, o gaúcho Beto Sirotsky e o paulista Daniel Prianti, a companhia quer alcançar a meta a partir da ampliação de seu ecossistema, com presença em 10 países na América Latina e cerca de 70 clientes, entre eles grandes corporações como L’Oréal, Reckitt, Kellogg’s, Unilever e Nestlé.
Experiência no setor os dois já trazem de longa data. Beto foi por 10 anos sócio fundador da 3yz – agência de comunicação digital que foi adquirida pelo grupo WPP em 2016 e integrada à Ogilvy. Já Daniel liderou por 12 anos estratégias de marketing digital para multinacionais na Router Group, empresa que co-fundou e depois foi vendida à Iris-Worldwide.
A ideia para a BPool veio a partir de uma constatação dos dois sobre o mercado de marketing, enquanto faziam um MBA na Berlin School of Creative Leadership. “Entendemos que as empresas ainda tem dificuldades no seu procurement (termo em inglês para área de compras), para gerenciar seu processo de aquisição de serviços, da busca pela melhor oferta até o pós-compra”, afirma o COO Beto Sirotsky, em entrevista ao Startups.
Além disso, segundo o executivo, a startup detectou uma mudança no perfil dos fornecedores de marketing, saindo do foco em grandes agências para menores e mais especializados provedores de serviços e produtos – a base que a BPool busca conectar com suas empresas clientes – a maioria de grande e médio porte.
“Os clientes colocam os filtros, e a plataforma faz o match, cuida da entrega, billing e pós-compra”, explica Beto, dando exemplos de serviços como projetos de branding, logos, coordenação de eventos e outros.
“Criamos uma plataforma que dá oportunidade para que estas empresas menores, estúdios, hubs, boutiques de marketing, possam desenvolver projetos com grandes marcas”, afirma Beto. Segundo ele, com a curadoria e controle feita pela martech, as empresas se beneficiam com o matchmaking com os fornecedores mais adequados, contando com a plataforma da empresa para manter o controle sobre os serviços contratados.
Planos de crescimento
No mercado desde 2019, a BPool já chegou a fazer captações no mercado, recebendo uma rodada de valor não divulgado junto aos fundos Quartz e Chrono, mas atualmente ela já vem num ritmo de crescimento próprio. “Nos últimos dois anos, com a pandemia aumentando a demanda por serviços de marketing via digital, triplicamos ano a ano, e queremos manter o ritmo”, avalia Beto.
No ano passado, a companhia chegou a fazer uma aquisição, comprando a plataforma de freelancers e squads Ollo, entrando numa base de profissionais que ela ainda possuía em sua base. Além disso, segundo o COO, a compra serviu para entrar numa área em que novos players estão atuando e oferecendo concorrência.
Apesar de valorizar o faturamento próprio, Beto não descarta a possibilidade de buscar uma futura rodada, que chegou a ser ensaiada durante 2022, mas acabou em standby em função do cenário complicado que o VC global apresentou durante o ano passado.
“Nosso plano de crescimento é focado na melhoria do que já vínhamos oferecendo, mais do que exatamente a busca por novas receitas. Porém, sempre existe a possibilidade de buscar o mercado e acessar capital para fazer estas melhorias mais rápido”, pontua Beto, revelando que ainda existem oportunidades ainda em aberto para a BPool. “Influencers e criadores de conteúdo são um mercado com potencial”, completa.