Até as mais tradicionais instituições estão precisando se reinventar e pensar fora da caixa. Depois do famoso Bondinho Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, lançar um programa de aceleração de startups, agora é a vez do Mercado Municipal de São Paulo (apelidado popularmente de Mercadão) e do Mercado Kinjo Yamato se aproximarem desse ecossistema.
Dois dos mais importantes pontos turísticos e gastronômicos da capital paulista, os espaços foram construídos no século passado, na região do Centro, e reúnem lojas, restaurantes e quiosques para quem quer degustar pratos dos mais simples a receitas gourmet. Apesar da popularidade, os mercados enfrentam desafios diários para evitar o desperdício dos alimentos, reduzir gastos de energia, melhorar a mobilidade urbana para facilitar o acesso à região e encontrar novas formas de venda.
Para resolver algumas dessas questões, os mercados fecharam uma parceria com o hub de open innovation Ibrawork para criar o Mercadão For Startups. O programa de inovação aberta visa encontrar empresas que tenham soluções tecnológicas que os ajudem a otimizar os negócios e alcançar clientes.
“Quando os mercados foram concedidos para a iniciativa privada no ano passado, a administração percebeu que precisava inovar, principalmente para melhorar a experiência do cliente”, explica Tânia Gomes, diretora de inovação do Ibrawork e idealizadora do projeto. Fundado em novembro do ano passado, o hub vai auxiliar os mercados durante a chamada pública das startups, seleção e organização do Pitch Day, previsto para 15 de agosto.
Quem pode participar
Nesta primeira edição serão selecionadas 10 startups dos segmentos de fintech, foodtech, agtech, logtech, energitech, mobilidade, big data e IoT (Internet das Coisas). Para participar do programa, é necessário que as empresas tenham a solução validada no mercado e já estejam em fase de tração. As startups que se destacarem no pitch iniciarão os trabalhos com o Mercadão de São Paulo e serão acompanhadas por cerca de 2 meses.
Se os resultados forem positivos, as organizações farão a formalização da parceria. As startups poderão ingressar na comunidade Ibrawork, com acesso a eventos e formações exclusivas. Além disso, poderão se tornar fornecedoras dos mercados, receber investimentos ou serem adquiridas pela Mercado SP SPE S.A, concessionária responsável pela administração das instituições.
Segundo Tânia, não há uma média definida para o valor dos aportes. “Como ainda estamos fazendo o lançamento, não tenho ideia de quais startups vão se interessar pelo programa. Mas não temos muito problema com o tamanho do cheque, a gente não limita isso. Vai depender muito do quanto faz sentido para o portfólio”, pontua.
Para a executiva, a grande vantagem do programa para as empresas é permitir que essas empresas, sejam elas grandes ou pequenas, tenham acesso a dois players do tamanho e da importância cultural do Mercado Municipal de São Paulo e do Mercado Kinjo Yamato.
Com o objetivo de tornar o Mercadão For Startups um projeto anual, Tânia acredita que outros segmentos de empresas sejam incorporados no futuro, com possibilidades de incluir até oluções de metaverso e NFTs. “Depois que a inovação entra, ela vira tudo de ponta cabeça – e aí não tem limites.
As inscrições para o programa estão abertas até 8 de agosto.