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Mercado de construtechs mantém alta, mas ritmo de crescimento cai

Estudo da Terracotta aponta aumento de 13,82% no número de startups do setor de 2021 a 2022

Mercado de construtechs mantém alta, mas ritmo de crescimento cai

O mercado de proptechs e construtechs se mantém aquecido no Brasil, mesmo que o crescimento no número de startups tenha dado uma desacelerada. Isso é o que aponta o 6º Mapa de Construtechs e Proptechs, levantamento realizado pela Terracotta Ventures, gestora de venture capital brasileira dedicada aos mercados imobiliário e de construção civil.

De acordo com o estudo, entre maio de 2021 a maio de 2022, o número total de startups ativas no setor cresceu 13,82%, e as rodadas de investimentos em startups do setor movimentaram R$ 5,83 bilhões.

Neste período, o segmento teve a entrada de 116 novas startups, número inferior ao que foi registrado em edições anteriores do estudo. De 2019 a 2020, foram 136 novas startups (crescimento de 23,98%), e de 2020 a 2021 também foram 136 novas startups (aumento de 19,34%). Por outro lado, cerca de 12,4% das startups que estavam presentes na edição 2021 do mapa, encerraram suas atividades.

No geral, o estudo identificou 955 startups ativas ao longo de todo o ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso nos ramos da construção civil e de imóveis. Entre elas, 64.58% são proptechs focadas no ambiente de transações e propriedades em uso, já nos 35.42% restantes estão as construtechs, voltadas à jornada de projetos e construção.

Em relação à presença territorial, 43,12% do total das construtechs e proptechs do Brasil concentram-se em São Paulo, que é seguido por SC, PR e MG (11,44%, 10,45% e 8,69% respectivamente).

“O estudo demonstra uma continuidade no ciclo de crescimento, seguindo um comportamento similar ao observado em mercados mais maduros como EUA e Europa”, destaca Bruno Loreto, managing partner da Terracotta, em comunicado.

Investimentos e M&A

O estudo também destacou as movimentações do setor em relação ao ritmo de investimentos, assim como fusões e aquisições. No último ano, foram feitos 67 investimentos envolvendo startups do segmento, um crescimento de 11.6% no volume de rodadas em comparação com o que foi registrado no mapa de 2021.

Aqui mesmo no Startups andamos mostrando diversas investidas querendo ocupar este disputado mercado. Recentemente falamos da aMORA, startup que quer ajudar pessoas que não conseguem comprar um imóvel nos modelos atuais de financiamento – e que fechou sua 1ª captação institucional. O aporte de US$ 3,2 milhões (cerca de R$ 16 milhões) foi liderado pelo Global Founders Capital, cujo portfólio inclui LinkedIn, Facebook e Trivago.

Voltando ao estudo, entre as teses que estão atraindo os investidores estão disrupções como fintechs voltadas ao segmento imobiliário, serviços imobiliários (Real Estate as a Service) e transações imobiliárias digitalizadas, o que também aponta para mudança no valor dos aportes e no estágio desses investimentos.

“Estamos em uma fase posterior àquela das ideias brilhantes, agora vemos empresas mais robustas e com executivos mais experientes, enquanto há investidores que entendem melhor sobre esse mercado. Este é o momento de apostas mais significativas em negócios mais relevantes”, destaca Marcus Anselmo, managing partner da Terracotta Ventures.

Além disso, Anselmo destaca que o ecossistema está aos poucos se consolidando, o que é evidenciado pelo crescimento na quantidade de M&As realizados. Desde 2014, quase 50 startups passaram por esse processo, sendo 54,05% delas adquiridas por outras startups e 45,95% por empresas maiores.

“Podemos destacar a participação do mercado financeiro, que representa 17,85% dos players adquirentes. Dentre os possíveis motivadores a essa movimentação está o interesse em oferecer soluções complementares em uma única plataforma”, completa Anselmo.