O Mercado Pago, fintech do Mercado Livre, anunciou um serviço de compra, reserva e venda de criptomoedas pelo seu aplicativo. A novidade chega primeiro no Brasil, onde a plataforma atende cerca de 20 milhões de usuários únicos, e começa a ser disponibilizada ao longo do mês de dezembro.
“O Brasil é o mercado mais relevante para o Mercado Pago hoje. Sentimos que era bem importante começar pelo maior mercado e depois levar o produto para outros países da América Latina”, diz Osvaldo Gimenez, presidente de fintechs do Mercado Livre, durante coletiva de imprensa para jornalistas.
Como funciona
O app tem 3 opções de criptomoedas: bitcoin, ethereum e stablecoin USDP, disponíveis para compra a partir de R$ 1. A plataforma indica o saldo do usuário, o preço e a cotação mais recente dos ativos. Depois da compra, as moedas ficam guardadas no aplicativo e o usuário pode acompanhar a cotação em tempo real para planejar o investimento até que deseje vender os ativos.
A cada transação, a plataforma cobra uma taxa de 2% para converter o real para as criptomoedas, sem retenção de imposto de renda. O Mercado Pago afirmou que, por ser uma instituição de pagamento, comunica todas as operações dos clientes à Receita Federal.
“Queremos preparar milhões de brasileiros para o futuro do direito digital. Qualquer pessoa com conta no Mercado Pago pode, a partir de R$ 1 real, comprar uma criptomoeda. Isso é fundamental para democratizar o acesso ao produto”, afirma Túlio Oliveira, vice-presidente da fintech no Brasil, também durante a coletiva.
Segundo o executivo, a companhia também quer apoiar a educação financeira dos brasileiros. Para isso, disponibilizará telas informativas sobre cada moeda durante o uso do aplicativo e, no blog, conteúdos sobre o ecossistema de criptoativos e as oportunidades e riscos de operar com criptomoedas.
O serviço é feito em parceria com a plataforma norte-americana Paxos, instituição custodiante e de blockchain de classe internacional. Ela vai administrar a criptografia e a custódia dos usuários do Mercado Pago de forma semelhante a como fez com o PayPal no final de 2020.
“A Paxos é um parceiro internacional, que trabalha com gigantes como Paypal e Facebook nos Estados Unidos”, diz Guilherme Cohn, gerente sênior de desenvolvimento corporativo do Mercado Livre, na coletiva de imprensa. “Ela traz sua estrutura externa, regulada, e já criou uma instituição local no Brasil para fazer toda a comunicação com a Receita Federal.”
Sem revelar números, os executivos afirmam que as expectativas de adesão ao novo recurso são positivas. “É uma solução fácil de usar e tem um valor mínimo muito acessível. Ainda assim, é um produto novo, então temos que esperar para saber qual será a penetração”, diz Túlio. O Mercado Pago também disse que pretende adicionar novas criptomoedas à plataforma e levar o serviço para outros países da América Latina, mas não divulgou previsões que quando isso deve acontecer.