Mais um ano chega ao fim (que loucura chegarmos a 2022) e, com ele, surgem as previsões sobre as inovações tecnológicas esperadas para o próximo ano. No entanto, várias das tendências tão discutidas e aguardadas, incluindo o metaverso, NÃO devem rolar em 2022. É o que afirma a ABI Research no white paper “70 tendências de tecnologia que vão – e não vão – dar forma a 2022”.
Segundo os analistas da consultoria, pelo menos metade das tendências tecnológicas (35) muito especuladas ao longo de 2021 são menos propensas a de fato acontecerem ao longo dos próximos 12 meses. O processo de transição de uma pandemia para uma doença endêmica e as tensões políticas globais são os principais fatores a impactar as projeções.
O tal do metaverso
Resumindo, o metaverso é um universo virtual onde todos vão interagir entre si por meio de avatares digitais. Esse mundo será criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas, etc. Maaaas, apesar de todo o zum zum zum em torno dele, o metaverso não se concretizará em 2022 e talvez nem nos próximos 5 anos.
O que temos hoje, segundo a ABI, é uma série de empresas de tecnologia construindo sua versão de um “metaverso”, mas este multiverso não está totalmente interconectado e ainda não adotou totalmente a realidade estendida (XR) – conceito apontado como o futuro da mobilidade e que une a realidade virtual e a aumentada.
Boom da edge computing
O conceito de edge computing, ou computação de borda, vem sendo adotado nos últimos 2 anos e sua implementação deve continuar a aumentar. A rede de micro data centers permite reduzir o número de processos realizados na nuvem, movendo-os a espaços locais, como o computador do usuário, um dispositivo IoT ou um servidor.
Porém, em 2022, seu uso não terá o boom previamente esperado. Isso porque sua viabilidade financeira e implantação dependem de redes 5G. E como bem sabemos, a quinta geração de internet móvel ainda não é uma realidade global.
Robô pau pra toda obra
Apesar do grande potencial da robótica social, 2022 não será o ano de disrupção da tecnologia que a indústria almeja. Em 2021, a Amazon até lançou o seu primeiro robô “companheiro”, o Astro, que conta com a Alexa e recursos de inteligência artificial. Ainda assim, a consultoria acredita que o mercado deva aperfeiçoar alguns quesitos como recursos, formatos e o conforto proporcionado ao usuário.
Veículos novos
Essenciais na produção automotiva, os semicondutores são usados desde os freios, até os sistemas de infoentretenimento. No entanto, sua escassez continuará a impactar a cadeia automotiva, e consequentemente a venda de novos veículos, para além de 2022. A dependência de tecnologias desatualizadas com capacidade de produção limitada prolongou a crise dos semicondutores no setor. A ABI estima pouco ou nenhum crescimento nas vendas de carros novos no início de 2022. Em última análise, as vendas não devem voltar à marca de 90 milhões – vista pela última vez em 2018 – até pelo menos 2023.