Dois nomes de peso, cada um em sua respectiva área, resolveram unir forças para investir em inovações em tecnologia. Estamos falando de Flávio Pripas, ex-investidor na Redpoint Eventures e ex-diretor do Cubo Itaú, e o neurocientista Miguel Nicolelis, que acabaram de anunciar o NeuroCapital Fund.
O fundo nasce com US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) para investir em inovações em neurotecnologia com potencial para transformar a saúde cerebral e o desempenho humano. Também faz parte do fundo o norte-americano Alan Rudolph, ex-executivo da DARPA (agência de pesquisa avançada do governo americano), conhecido por sua expertise no setor de saúde e em levar soluções do laboratório para o mercado.
“Com Alan na equipe, fortalecemos nossa visão estratégica e nossa capacidade de transformar ciência em inovações práticas e acessíveis,” afirma Miguel Nicolelis. Alan se junta ao time para expandir as operações do fundo e apoiar startups e empresas de neurotecnologia na escalabilidade global.
Segundo destacaram os sócios do NeuroCapital em comunicado, o novo fundo representa uma oportunidade única de acesso e de escala para um setor com alto potencial de crescimento e retorno, somando o conhecimento científico de Miguel e a experiência de Flávio no Venture Capital, para identificar oportunidades estratégia e escaláveis em mercados emergentes.
Além dos recursos financeiros, o fundo oferecerá orientações sobre aspectos regulatórios, acesso a redes globais de pesquisa e conexões com instituições que aceleram o desenvolvimento e a implementação das tecnologias.
No anúncio do novo veículo ao mercado, os sócios do fundo não deram detalhes sobre o perfil das startups procuradas, ou os mercados que serão observados na hora de prospectar possíveis investidas.
“Embora eu acredite que grande parte do capital do fundo venha dos Estados Unidos, onde os investidores já têm uma tradição consolidada em apostar na inovação, faço questão de abrir as portas para os investidores brasileiros. Esse é um mercado emergente, ainda no início de sua expansão, e acredito que pode ser uma oportunidade única para quem deseja estar à frente do que será o futuro da ciência, saúde e tecnologia”, destacou Flavio Pripas em seu perfil no LinkedIn, ao falar da nova iniciativa.
O mercado global de neurotecnologia — que inclui diagnósticos, terapias e aprimoramento cognitivo — deve alcançar US$ 680 bilhões nos próximos anos, com um mercado endereçável de US$ 98,6 bilhões.
“O NeuroCapital Fund é a ponte entre a ciência e o mercado,” afirma Flavio Pripas, managing partner do fundo. “Para os investidores, isso significa não apenas apoiar um setor de impacto profundo e necessário, mas também estar em uma posição privilegiada para obter retornos financeiros com uma estratégia que prioriza sustentabilidade e escalabilidade”.
Entretanto, conforme destaca Miguel Nicolelis, as altas cifras envolvidas neste segmento são apenas uma parte do valor a ser gerado. Segundo o chief scientist do fundo, o propósito é não apenas gerar retornos financeiros robustos, mas também impactar positivamente a vida de milhões de pessoas, apoiando tecnologias que promovam a saúde cerebral e o aprimoramento cognitivo.
“Estamos vivendo um momento em que os avanços em neurotecnologia finalmente alcançaram um estágio capaz de transformar realidades. Estamos aqui para ser o catalisador dessa mudança,” declara Miguel Nicolelis. “Ao investir em neurotecnologias pioneiras, não estamos apenas apoiando a inovação, mas também criando uma base sólida para um futuro em que as condições neurológicas possam ser mais efetivamente prevenidas, diagnosticadas e tratadas”, completa.