De olho no futuro da cadeia logística, o iFood anunciou um movimento diferente. A gigante do food delivery no país está unindo forças com a gestora Yvy Capital para a estruturação de um fundo para acelerar o mercado de motos elétricas no país.
Liderado pela Yvy, o fundo YvY Fábrica de Negócios tem a meta de captar cerca de US$ 50 milhões junto a grandes empresas para tocar sua tese de mobilidade e transição energética. O iFood é o primeiro investidor âncora da iniciativa, com um aporte inicial de US$ 7,5 milhões.
“O fundo contará, em sua Classe E2Ws (veículos elétricos de duas rodas), com investidores corporativos e financeiros interessados em desenvolver projetos em diferentes elos dessa nova cadeia de valor verde, como fabricantes de baterias, motores, motos, infraestrutura de recarga, geradores e comercializadores de energia, empresas de delivery e mobilidade, bancos, entre outros”, destacou o fundo, em comunicado.
Na nota, a Yvy destacou que a expectativa até 2035, é de que o fundo tenha capacidade de produzir e comercializar 600 mil motos elétricas por ano, com preços acessíveis e competitivos, beneficiando entregadores e outros parceiros do setor, além de contribuir para a evolução da mobilidade urbana.
O fundo vai estruturar projetos até o FID (Final Investment Decision) e investirá em startups que, juntas, formarão uma plataforma com a capacidade potencial de até US$1 bilhão em novos investimentos no Brasil.
O que dizem a Yvy e iFood
“A plataforma brasileira de veículos elétricos de duas rodas tem potencial para transformar o mercado nacional em 10 anos. Haverá uma demanda importante para a energia renovável brasileira e para a expansão do ecossistema de empreendedorismo e startups. A plataforma se propõe a atrair e canalizar recursos financeiros e propriedade intelectual, nacionais e internacionais, focados na agenda de transição energética no país”, explica Bruno Aranha, fundador e CVO da Yvy Capital.
Segundo Renata Torres, dirediretora de Logística Sustentável e Soluções de Impacto no iFood, o interesse da empresa no fundo é reflexo da crença da companhia na eletromobilidade. Segundo a executiva, a transição é mais que uma tendência, e sim uma necessidade estratégica para empresas que desejam manter sua competitividade e sustentabilidade no futuro.
“As motos à combustão representam 53% das emissões poluentes em operações urbanas de última milha, dependente de um combustível caro. Já as motos elétricas, além de eliminar as emissões de carbono, reduzem custos operacionais com combustível e manutenção na proporção de 30% a 60%, levando a uma logística mais eficiente e aumentam os ganhos dos entregadores. Esse cenário gera mais demanda e impulsiona um modelo de entregas mais sustentável e rentável”, explica Renata.
iFood e mobilidade elétrica
O iFood conta com mais de 360 mil entregadores ativos em sua plataforma e tem investido na eletromobilidade desde 2020 como estratégia de competitividade e transformação socioambiental. Outra iniciativa do gênero ensaiada pela companhia ocorreu em 2022, quando se aliou com a montadora de motos elétricas Voltz. As duas companhias uniram forças para um piloto em que motoboys tiveram a opção de comprar o modelo EVS Work por um preço reduzido: R$ 9.999.
No ano passado, em nota à imprensa, o iFood destacou que a parceria com a Voltz foi descontinuada, pois a companhia estava passando por dificuldades operacionais e financeiras, descumprindo prazos previstos e indicadores de qualidade exigidos pela companhia para manter a parceria.
“Atualmente, a empresa dá continuidade ao seu projeto de expansão da frota elétrica, atuando em parceria com a Vammo, Riba e Origem, e já conta com mais de 800 motos dessa modalidade rodando em São Paulo e Brasília, contabilizando para a meta de eletrificar 50% da sua operação até 2025.”, afirmou o iFood em comunicado.