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Mulheres são 50% das gestoras do Cubo for Investors

Cubo tem apostado em microcomunidades segmentadas e intencionais para estimular trocas e conexões entre os agentes do ecossistema

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Cubo Itaú
Cubo Itaú. Crédito: divulgação

O Cubo for Investors, comunidade dedicada aos fundos de venture capital no Cubo Itaú, alcançou a marca de 50% de gestoras mulheres em sua rede. O resultado vem na esteira da estratégia de adotar microcomunidades segmentadas e intencionais, estimulando as trocas e conexões entre os agentes do ecossistema.

O percentual de mulheres investidoras chama a atenção por ser quase o dobro da participação feminina no venture capital brasileiro – que é de 15% a 20%, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Parte da explicação pode estar no fato de que, dos 20 fundos que fazem parte desse comunidade, 10 são de fora do Brasil.

Marcella Falcão, Head de Growth do Cubo Itaú, destaca que não é apenas entre as investidoras que as mulheres marcam presença. Elas também possuem uma comunidade própria no Cubo, onde profissionais do sexo feminino das mais diversas áreas, entre fundadoras e gestoras, trocam ideias e se conectam.

“Hoje são 10 sócias que lideram essa comunidade, mas, do ponto de vista de mulheres impactadas, são mais de 500. Existe tanto uma perspectiva de desenvolvimento de carreira, quanto uma rede de confiança e apoio, na qual a perspectiva de trocas e dicas é muito válida. Por exemplo, todas essas mulheres estão na faixa 30+ e existe uma questão mais pessoal que conecta muitas delas, que é fertilidade e filhos. Então a comunidade funciona não só como um ambiente de negócios, mas acaba sendo um lugar de apoio, de aprender umas com as outras”, afirma Marcella.

Em 2025, o Cubo já promoveu mais de 20 encontros exclusivos, reunindo cerca de 450 profissionais do ecossistema de inovação e venture capital. Cada iniciativa recebe entre 20 e 50 participantes.

No caso do Cubo for Investors, a ideia, segundo Marcella, é engajar esses investidores, que “têm o papel de ser gasolina para os fundadores” e ajudar a movimentar esse mercado, que atualmente sofre com um momento de liquidez reduzida. Além dos encontros entre os gestores, o grupo também promove eventos com LPs – limited parters, os investidores que alocam recursos nesses fundos.

As agendas de fundraising reuniram de forma inédita 20 gestores de fundos e 15 investidores institucionais e privados, com pelo menos quatro negociações em fase avançada, resultado concreto de conexões iniciadas nesses ambientes, destaca Marcella.

“O venture capital é, antes de tudo, um mercado de confiança e visão compartilhada. E esse tipo de relação não se constrói em grandes encontros de networking transacional, mas sim em ambientes mais próximos, intencionais e bem curados, onde as conversas de fato acontecem”, aponta.

Nos encontros, são selecionados fundos de diferentes setores, para que não haja concorrência entre eles, mas sim complementaridade. Inclusive, os fundos também ajudam a compor as comunidades de segmentos específicos da indústria, como varejo (HiPartners), agro (SP Ventures) ou deeptechs (GRIDX), por exemplo.

“Na visão setorial, é muito legal quando o venture capital entra porque ele traz uma perspectiva de inovação e do que está transformando aquela vertical específica. Essa segmentação em comunidades é um reflexo da maturidade do ecossistema e do próprio Cubo, que completa dez anos em setembro. É um momento interessante o que estamos vivendo”, diz Marcella.