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Muni diz adeus: Sem nova rodada, startup colombiana fecha as portas

Nascida há 2 anos, Muni encerrou suas operações na semana passada mesmo depois de ter levantado cerca de US$ 27 milhões

Muni diz adeus
Foto: Reprodução do site da empresa

A mudança de ventos no mercado de venture capital fez mais uma vítima. Sete meses depois de anunciar uma rodada séria A de US$ 20 milhões, a startup colombiana de social commerce Muni fechou as portas. O motivo: ela não conseguiu uma nova rodada de investimento.

“A Muni é uma empresa que em curto prazo requer investimento para ser sustentável. As empresas de tecnologia normalmente demoram ao menos cinco anos para serem rentáveis. E por todo esse tempo, elas dependem do capital externo para funcionar. A Muni estava na mesma situação, e ainda que tenhamos trabalhado muito duro e tenhamos um time incrivelmente talentoso, as circunstâncias atuais nos impediram de obter o capital necessário para continuar nosso crescimento”, informou a companhia em comunicado publicado em seu site.

A mensagem foi postada na semana passada e informa que a companhia ia encerrar suas operações na Colômbia, Brasil e México no dia 23 de novembro, com previsão de atender demandas nos canais de suporte até o dia 25.

Procurada pelo Startups, a Muni disse em nota que vai honrar todos os seus compromissos com parceiros e fornecedores e que está dando todo o suporte aos seus colaboradores, bem como aos “Líderes Muni”, que eram o centro de seu modelo de negócios.

Esses consultores atuavam em um modelo muito parecido com o da Natura ou da Avon. Eles pegavam os pedidos por meio de um catálogo virtual no WhatsApp e encaminhavam para a Muni. A companhia então realizava toda a logística de entrega em um prazo de até 24 horas. O público-alvo da companhia eram as classes C e D.

Em seu perfil no LinkedIn, a companhia aparece com um pico de 634 funcionários em setembro, número que começou a cair já em outubro.  

Rappi Mafia

A Muni nasceu há dois anos e foi fundada por Maria Echeverri Gomez, uma representante da Rappi Mafia – o grupo de ex-funcionários do aplicativo de entregas que montou suas próprias startups. Na série A de abril, inclusive, ela trouxe para o captable dois dos fundadores do Rappi: Simón Borrero y Felipe Villamarin. Além deles, outros nomes estrelados participaram: Fabián Gome, fundador da Frubana; Florian Hagenbuch, da Loft; e Hans Tung, da GGV Capital. A captação foi liderada pelo fundo americano Lightspeed Venture Partners e contou com a participação do brasileiro monashees e do também americano Pear VC. Ao todo, a companhia captou cerca de US$ 27 milhões.

As startups da Rappi Mafia são conhecidas por adotarem parte do playbook de alto investimento para crescer de forma acelerada do aplicativo. O modelo fez sentido nos últimos anos com o excesso de liquidez disponível no mercado, mas com a aversão a risco por conta das incertezas com a economia global, a busca por crescimento com queima de caixa tem sido substituída por métricas de resultado da operação.

Com esse reset, muitas empresas já tiveram que reorganizar sua operações. A brasileira Facily, que também atua no segmento de social commerce, foi uma delas. A expectativa é que ainda mais ajustes aconteçam nos próximos meses já que não há expectativa de uma melhora no cenário de captações.