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Na onda dos layoffs, Loggi demite cerca de 15% da sua força de trabalho

O motivo dos cortes teria sido redução de custo, frente ao momento atual do mercado

Loggi
Foto: Reprodução/LinkedIn Loggi

A Loggi dispensou hoje (8) cerca de 15% do seu quadro de 3.000 pessoas – aproximadamente 500 colaboradores. Segundo apurou o Startups, as demissões atingiram diversas áreas da companhia, incluindo tecnologia, design e recrutamento. Em Lisboa, onde a Loggi tem um hub de tecnologia, cerca de 40% do time foi cortado (35 pessoas).

“Não fomos exatamente pegos de surpresa, mas não imaginavamos que a área de tech também seria afetada”, disse um ex-funcionário da Loggi ouvido pelo Startups. Outro colaborador demitido confirma que o time antecipava os cortes. “Uma consultoria estava há alguns meses atuando na Loggi para rever o budget. Sendo uma startup de logística, sabemos que houve um boom muito grande na pandemia e agora diminuiu a receita”, afirma.

O motivo dos cortes teria sido redução de custo, frente ao momento atual do mercado. Os funcionários desligados receberão ajuda de custo correspondente ao plano de saúde por três meses, além de consultoria para recolocação no mercado. Além disso, rolaram outras mudanças: em email enviado aos funcionários hoje, a empresa trocou seu CEO, com os fundadores passando a integrar o conselho da empresa.

O Startups apurou que a empresa teria tentado tranquilizar os funcionários há algumas semanas e descartado a possibilidade de cortes. Os desligamentos foram feitos em todos os níveis da empresa, incluindo pessoas da diretoria e em cargos de liderança, que devem permanecer na empresa até o fim de agosto. 

Procurada, a Loggi disse que a redução de seu quadro de funcionários “faz parte de um conjunto de ações de aumento de eficiência operacional tomadas nos últimos 6 meses para adaptar a companhia ao novo cenário global e garantir a sustentabilidade do negócio”.

“A empresa agradece a dedicação das pessoas desligadas hoje e reforça a disponibilização de um pacote de benefícios que contempla ajuda de custo para contratação de plano de saúde para titular e dependentes, assistência psicológica e suporte no processo de recolocação profissional.

A Loggi reitera ainda o seu propósito de transformar negócios conectando o Brasil com uma experiência de entregas simples e inovadora”, disse a companhia, em comunicado.

Na rota do IPO

Uma pessoa ouvida pelo Startups disse que conversas sobre o IPO da Loggi já vinham acontecendo há pelo menos 2 anos. A contratação do então diretor financeiro, Thibaud Lecuyer, teria sido motivada a estruturarar os processos internos com a expectativa de abrir o capital na bolsa de valores em breve. Hoje (8), o Startups apurou que Thibaud está assumindo a presidência da logtech. O fundador Fabién Mendez está deixando o cargo de CEO para assumir uma cadeira no conselho de administração da empresa. 

Em fevereiro de 2021, a startup levantou R$ 1,15 bilhão liderado pela gestora CapSur Capital. A rodada atraiu também a Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger que tradicionalmente investe em empresas de capital aberto (o aporte da Loggi foi o 1º em uma companhia fechada).

A Loggi é também investida do SoftBank. Nos últimos meses, outras startups do portfólio do SoftBank também enxugaram as operações. Em maio, a VTEX cortou mais de 10% do quadro. A healthtech Alice, que em dezembro fechou uma série C de US$ 127 milhões, desligou 63 funcionários 7 meses após o aporte. Loft e QuintoAndar foram outras gigantes afetadas pela onda dos layoffs.

Hoje (8), o SoftBank reportou um dos piores resultados de sua história com perdas de 2.93 trilhões de ienes (US$ 21,6 bilhões) em seu primeiro trimestre fiscal. Masayoshi Son, fundador e CEO do SoftBank, disse durante a apresentação dos resultados que o megafundo deve fazer uma “redução dramática” em seu quadro para gerar mais eficiências, em diversas unidades de negócio.