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"Não somos faria limers", diz Cristina Junqueira, do Nubank

Apesar de estar agora na mesma liga que seus competidores, com seu IPO, o Nubank não quer perder o status de desafiante

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Depois de 8 anos como o combatente, o outsider do mercado financeiro tradicional, o Nubank chegou à Faria Lima com seu festejado IPO. Mas apesar de estar agora na mesma liga que seus competidores, o neobank não quer perder o status de desafiante. “Não somos faria limers”, disse Cristina Junqueira, ex-executiva de cartões do Itaú e cofundadora do Nubank, durante cerimônia de listagem das BDRs da companhia na B3 hoje pela manhã.

A frase veio durante o discurso em que ela dizia que o Nubank tinha chegado à Faria Lima com a adoção de uma praça na esquina com a Rebouças, que foi batizada como “Praça dos Inconformados”, para reforçar o posicionamento da marca. Enquanto ela falava sobre isso, David Vélez intercedeu e disse: “temos praça na Faria Lima, mas não temos escritório na Faria Lima”. A sede do Nubank continua instalada em um prédio na Avenida Rebouças, entre a Faria Lima e a Avenida Paulista.

Durante a cerimônia, Cristina, David, e Edward Wible, americano que completa o trio de fundadores, reforçaram a importância do programa NuSócios, pelo qual o Nubank distribuiu “pedacinhos”, ou como eles batizaram as BDRs listadas no Brasil. Foram mais de 7 milhões de pessoas que aceitaram a oferta e que, para isso, abriram uma conta na NuInvest, a corretora do Nubank criada com a incorporação da Easynvest. Quem recebeu o pedacinho tem uma trava de 1 ano para vendê-lo, mas poderá (e certamente será) chamado/chamada a fazer novos investimentos por meio da plataforma.

O Nubank chegou à bolsa nos EUA e no Brasil simultaneamente valendo US$ 41,5 bilhões, ou seja, mais do que os bancos com os quais concorre. E sem ser, de fato, um banco. Isso significa que não tem que atender a critérios como índice de Basiléia e outras formalidades a que essas instituições estão sujeitas. A companhia também “se deu ao luxo”, até agora, de não dar lucro – houve um ensaio de operação no azul no Brasil entre janeiro e junho de 2021.

Não deve demorar muito, no entanto, para que a mais nova companhia de capital aberto do pedaço se veja obrigado a seguir o caminho tradicional. Tanto por conta da necessidade de expandir sua oferta de produtos e serviços e continuar crescendo, quanto pela pressão dos competidores, que já vêm elevando o tom pedindo mais regulação para as fintechs aqui no Brasil.

Ontem, na estreia na NYSE, o Nubank viu suas ações apresentarem um “pop” na casa de 30% nos primeiros momentos do pregão saindo dos US$ 9 para US$ 12. O efeito é esperado para listagens com alta expectativa como essa, e colocou o preço no patamar de preço que a companhia tinha previsto inicialmente em sua faixa inidicativa, que ia de US$ 10 a US$ 11. Na semana passada o valor sofreu um corte de cabelo de 20% para se ajustar às expectativas menos otimistas dos investidores no momento. Ao longo do dia, no entanto, a alta foi perdendo força, e o papel fechou o dia com alta de quase 15%. Ainda um percentual bastante significativo. No momento, a alta está perto dos 2%. No Brasil, as BDRs fecharam o pregão de ontem com alta de 20%. No momento, a alta é de mais de 2%.