A Nomad está ampliando as opções de investimento para seus clientes – e esquentando a disputa pelos recursos dos brasileiros no exterior. A partir de hoje, além dos aportes em carteiras recomendadas em áreas como cannabis, inovação e cripto será possível comprar diretamente ações e ETFs.
Em conversa exclusiva com o Startups, Caio Fasanella, que desde janeiro toca a área de investimentos da Nomad, diz que dar mais opções aos usuários é um passo importante para aumentar a fidelização da base, uma vez que muita gente vinha usando o banco digital em suas funções de conta corrente e cartão de débito, e outras opções disponíveis no mercado para fazer seus investimentos.
Ele diz acreditar também que será possível até ganhar novos clientes vindos dos concorrentes, uma vez que o objetivo foi criar uma experiência de uso muito simples. “Praticamente todas a plataformas têm a mesma aparência hoje. E não são tão simples de usar. Criamos uma algo visualmente fácil e agradável, em que só é preciso escolher o ativo e o valor a ser investido. Não existe risco de no fim do dia não executar a ordem do jeito que a pessoa queria”, conta. As operações são feitas por meio da americana DriveWealth, com quem a Nomad já trabalha. Hoje o banco digital tem uma base de 300 mil contas criadas.
Desenvolvimento
Segundo Caio, entre entrevistas com clientes e desenvolvimento, a compra de ações e ETFs levou 6 meses para ser criada. Uma das decisões para tornar o uso mais simples, foi não liberar negociações com todos os 8 mil ativos disponíveis no mercado americano de uma vez.
A proposta é fazer uma curadoria do que estará disponível, trazendo nomes com os quais o público tem mais familiaridade. A princípio, são cerca 150 ativos como Apple, Microsoft, Disney e Amazon e ETFs de ativos no Brasil e cripto. A lista será ampliada com o passar do tempo por escolha da própria equipe de investimentos da Nomad, que hoje conta com 10 pessoas, ou por pedido dos clientes.
De acordo com Caio, por enquanto, a Nomad não pretende oferecer serviço de recomendação de investimentos.
Mercado e competição em alta
A oferta de mais opções de investimento está nos planos do banco digital algum tempo – tendo sido uma das teses de sua da série A, de R$ 100 milhões, feita em julho/21 – e acontece em um momento em que a proposta de ter recursos fora do Brasil ganha ainda mais força, assim como a competição pelos recursos dos investidores.
Na semana passada, a XP anunciou que vai começar a liberar essa opção para seus clientes. Além disso, a americana Passfolio tem ampliado seus investimentos no país, assim como novos nomes, como a Sprout, têm surgido.
Para Caio, é natural pensar que o brasileiro tenha uma exposição de cerca de 30% de seu patrimônio em dólares. O percentual equivale ao impacto do câmbio na inflação, o que garante uma proteção contra variações. Para quem viaja e faz compras no exterior, a fatia deveria ser ainda maior.
Hoje, no entanto, essa exposição ainda é muito pequena, o q abre espaço para muita movimentação. “O aumento da concorrência é uma validação da nossa tese”, diz.
Segundo ele, apesar de toda cautela e volatilidade do mercado, o momento é propício para quem quer começar a se posicionar em ativos de qualidade, e encontrar oportunidades que estejam com valor abaixo do seu potencial. “É momento de ser oportunístico e escolher papéis interessantes”, recomenda.
E a conta remunerada?
Só falta agora lançar uma opção de conta remunerada, como fez hoje a Bitso para cripto, e como a Passfolio já oferece. Segundo Caio o desafio é chegar a uma equação que faça sentido dentro da expectativa de rentabilidade esperada pelo brasileiro para um produto desse tipo.