Fintechs

Nova fintech de Patrick Sigrist capta R$ 35M para reinventar o crédito

Fundador do iFood e Nomad volta ao mercado com a IORQ, startup de "credit-as-a-service" que já nasce com R$ 2,5 bilhões sob gestão

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Patrick Sigrist, Beatriz Degani, Bernardo Mergár, sócios da IORQ | Foto: divulgação
Patrick Sigrist, Beatriz Degani, Bernardo Mergár, sócios da IORQ | Foto: divulgação

Patrick Sigrist já tem dois campeões no seu track record de fundador – o iFood e a Nomad. Mas como bom empreendedor serial e investidor, ele está com uma nova ideia. Agora, o foco do empresário é no setor de crédito, com o lançamento da IORQ, fintech de “credit-as-a-service” que quer reinventar o mercado. Para isso, já de largada a fintech levantou uma rodada e nasce com R$ 2,5 bilhões sob gestão.

A captação da IORQ foi de R$ 35 milhões e contou com a participação de fundos renomados como Monashees, Upload Ventures, ONE.VC e Norte e, segundo destacou a empresa em nota, será direcionado principalmente para o fortalecimento e expansão de sua infraestrutura tecnológica.

Quanto à base de clientes que a companhia já possui em sua “largada”, isso é resultado de um M&A. Por um valor não divulgado, a empresa adquiriu a Quatá Investimentos, gestora com mais de 15 anos de mercado e que já originou mais de R$ 15 bilhões em crédito corporativo. Conforme destacou a companhia em comunicado, o plano é já aumentar esse montante em 50% até o fim do ano, apostando em tecnologia e no aporte recebido.

Para Patrick Sigrist, que além de fundador, é Executive Chairman da fintech, a incorporação da Quatá à IORQ traz um time de crédito com conhecimento técnico aprofundado e experiência em execução. Segundo ele, isso complementa a plataforma tecnológica da nova empresa, que propõe orquestrar todo o processo de crédito, dos tomadores aos investidores.

“Orquestração de investimentos para transformar relações em resultados é a definição que traduz com precisão a proposta da nova empresa. A IORQ propõe um modelo completo e modular para a nova economia do crédito. Oferece infraestrutura e funding integrados, com tecnologia própria que permite a empresas originarem crédito, operarem garantias, gerirem risco e alavancarem seus próprios ecossistemas, tudo via APIs, de forma white label, fluida e segura”, explica Patrick, em comunicado.

Metas ambiciosas

Conforme explica o COO da IORQ, Bernardo Mergár, a tecnologia da fintech oferecerá uma esteira capaz de operar crédito de forma personalizada, com automação baseada em inteligência artificial. Segundo ele, é um modelo que atende tanto empresas em busca de funding quanto as que desejam criar operações próprias de crédito para seus clientes, fornecedores ou colaboradores.

“Montamos a esteira de crédito mais eficiente do mercado e um sistema de monitoramento de performance que possibilita maior controle do crédito, cobrança e garantias. Assim, atacamos os principais componentes do spread de crédito no Brasil altos custos administrativos e recuperação de crédito, tornando o crédito mais rápido, seguro, e consequentemente mais barato”, explica Bernardo, em nota.

Para a fundadora da Quatá e CEO da IORQ, Beatriz Degani, a meta da empresa é mudar o jogo do crédito corporativo no país, um mercado que movimenta trilhões por ano, mas que ainda esbarra em estruturas analógicas.

“Nosso objetivo vai muito além de oferecer capital. Vamos entregar o que as empresas realmente precisam dentro da esteira de crédito, seja o funding, seja a camada de tecnologia que viabiliza o embedded finance, facilitando o acesso e o atendimento aos seus próprios clientes,” destaca Beatriz.

Apesar das metas ambiciosas, a IORQ entra em um mercado altamente competitivo, com diversos players de “banking-as-a-service” (BaaS) também avançando no terreno do crédito B2B. Nomes como QI Tech e Celcoin levantaram altas quantias recentemente, investindo em tecnologia para lançar motores de crédito como serviço.

Um sinal disso é o boom de novos FIDCs no país – cerca de 400 a 500 no ano – o que reflete a demanda por alternativas de financiamento fora do sistema bancário tradicional.

“Essa tendência de desconcentração pode resultar em maior competição e inovação no setor financeiro, beneficiando tanto consumidores quanto empresas”, disse Marcelo França, CEO e fundador da Celcoin, em uma edição do podcast MVP em junho deste ano. Agora, vamos ver como a IORQ se sai nessa corrida.