Inteligência Artificial

Nova startup da ex-CTO da OpenAI capta US$ 2B e já vale US$ 10B

Com seis meses de vida, a deeptech Thinking Machines já faz história com uma das maiores rodadas seed do Vale do Silício

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Mira Murati | Foto: divulgação
Mira Murati | Foto: divulgação

Não basta a inteligência artificial ser a tecnologia mais quente entre os VCs do Vale do Silício – tem também o “selo de qualidade” de ser uma ex-OpenAI. Por conta disso, Mira Murati acabou de levantar US$ 2 bilhões em uma rodada seed para seu novo empreendimento, a Thinking Machines.

A captação foi liderada pela Andreesen Horowitz, com a participação da Conviction Partners, conforme revelaram fontes ao Financial Times. Com o deal, a empresa da ex-CTO da OpenAI já entrou para a história, fazendo uma das maiores rodadas seed da hitória do Vale do Silício, colocando a companhia em um valuation de US$ 10 bilhões.

O mais interessante da história é que a Thinking Machines ainda é um projeto relativamente misterioso. Com apenas seis meses de vida, a companhia até agora não deu detalhes sobre o tipo de tecnologia que desenvolve: é IA, mas ainda não se sabe para o quê.

Em fevereiro, a Thinking Machines afirmou ter como objetivo tornar os sistemas de IA mais compreensíveis, personalizáveis e amplamente capazes — mas não deu mais detalhes. Outras fontes afirmaram em posts em redes sociais que a empresa estaria trabalhando em estratégias para criar sistemas de inteligência artificial geral (AGI), mas nada disso foi confirmado.

Devido ao alto nível de sigilo, diversos fundos recusaram o investimento após ouvir o pitch de Murati, segundo vários investidores abordados. Um deles afirmou ao Financial Times que a apresentação não trazia nenhuma informação sobre o produto ou planos financeiros.

Contudo, analistas apontaram que a rodada da startup é mais um sinal de que o apetitite dos investidores por ideias inovadoras em IA não diminuiu, e ainda há esperança em novos nomes que possam chegar no cenário e abalar os nomes mais hypados como OpenAI e Anthropic – e se tem alguém que pode fazer isso, é a ex-CTO da OpenAI.

Mira, de 36 anos, deixou a OpenAI em setembro após ter desempenhado um papel central no desenvolvimento de produtos como o ChatGPT, o gerador de imagens Dall-E e o modo de voz da empresa. No ano passado, ela foi uma das figuras-chave durante o incidente em que Sam Altman foi afastado da cadeira de CEO da companhia. Durante o imbróglio, Murati chegou a ser nomeada CEO interina, mas Altman foi rapidamente voltou ao cargo.

Agora na Thinking Machines, Mira já conseguiu recrutar vários ex-funcionários da OpenAI, como o cofundador John Schulman, o ex-chefe de projetos especiais Jonathan Lachman e os ex-vice-presidentes Barret Zoph e Lilian Weng. “Há um grupo muito seleto de fundadores e mentes brilhantes”, comentou um investidor para o jornal inglês.

A rodada da empresa de Mira Murati lembra em muito o que aconteceu com a Safe Superintelligence. Fundada no ano passado pelo ex-cientista chefe da OpenAI, Ilya Sutskever, a startup levantou no começo do ano US$ 2 bilhões em uma rodada liderada pela Greenoaks, isso sem ter sequer um produto pronto – ao criar a empresa, ele apenas disse que a Safe trabalharia em “desafios de segurança na criação das futuras superinteligências”.