Faz tempo que a comparação do Nubank com seus pares digitais é injusta. Afinal, o “roxinho” vale seis vezes mais do que o segundo nesse ranking, a XP. Mas, desde março de 2024, mesmo quando o confronto se dá no universo de “gente grande”, o Nu também sai ganhando: o valor de mercado encosta em R$ 343 milhões (ou US$ 63 milhões), ante R$ 331,5 milhões do Itaú.
Mas, se o critério for a alta das ações nos últimos 32 meses (de dezembro de 2021 a agosto de 2024), o Nu perde para a do Banco do Brasil (BB). Neste período, enquanto o Nu se valorizou 37%, o BB subiu 59%. O estudo é de Einar Rivero, sócio da consultoria Elos Ayta, a pedido do Finsiders Brasil.
No gráfico abaixo, depois de BB e Nubank, o Itaú foi o terceiro que mais valorizou: 33%.A alta do Santander foi de 12%. Já o Bradesco viu o preço das suas ações diminuir em 24%.
Na comparação entre os digitais, a XP teve alta de 7,6%; a Stone, de 9%; PagSeguro, de 4%; Inter, de 9%; enquanto o Pan ficou praticamente estável.
É importante ressaltar, porém, que no segundo gráfico os valores são em dólares, ou seja, sofreram a influência da variação cambial. E, também, diferentemente do primeiro gráfico, o período analisado é menor, começando em junho de 2022.
Os incumbentes
O Nubank, apesar de iniciar o período analisado com flutuações significativas, com uma volatilidade superior aos demais, registrou um crescimento expressivo. O banco digital superou todos os outros bancos em valor de mercado ao atingir o patamar de R$ 342,9 bilhões em agosto de 2024.
O Itaú, embora tenha enfrentado oscilações ao longo do período, especialmente até meados de 2022, manteve uma trajetória de crescimento, culminando em um valor de mercado de R$ 331,5 bilhões em agosto de 2024. O banco vem disputando o primeiro lugar no ranking com o Nubank desde o começo do ano.
O Bradesco apresentou uma estabilidade relativa durante o período analisado. No entanto, ao contrário de seus concorrentes, o banco não conseguiu manter um crescimento contínuo, resultando em uma ligeira queda ao final do período, com um valor de mercado de R$ 150,6 bilhões em agosto de 2024.
O BB, por sua vez, conseguiu superar o Bradesco, com uma recuperação consistente ao longo do tempo, especialmente a partir do segundo semestre de 2022. Em agosto de 2024, registrou um valor de mercado de R$ 159,4 bilhões. O Santander Brasil apresentou um desempenho relativamente estável, oscilando em torno de R$ 100 bilhões. A instituição terminou o período com um valor de R$ 111,7 bilhões em agosto de 2024.
Os outros e o Nubank
A XP, que em junho de 2022 tinha um valor de mercado de aproximadamente US$ 10 bilhões, atingiu picos significativos, como os US$ 15,3 bilhões em abril de 2023. No entanto, também teve flutuações para baixo, como a retração para US$ 8,8 bilhões em meados de 2024, antes de se recuperar parcialmente para US$ 10,8 bilhões em agosto de 2024.
A Stone apresentou um crescimento considerável ao longo do período. Partiu de um valor de mercado em torno de US$ 3,5 bilhões e, apesar de algumas oscilações, conseguiu atingir um pico de US$ 5,8 bilhões em setembro de 2023. Até agosto de 2024, o valor de mercado da Stone era de US$ 4,1 bilhões.
Já o PagSeguro manteve uma trajetória de crescimento moderado e relativamente estável. Começando com um valor de mercado de US$ 3,8 bilhões em junho de 2022, terminou em US$ 4,3 bilhões em agosto de 2024.
O Banco Pan enfrentou um período desafiador, com um valor de mercado que começou em torno de US$ 2 bilhões em junho de 2022 e se manteve relativamente estável, com leves quedas e recuperações. Em agosto de 2024, o valor de mercado do Banco Pan era de US$ 2,2 bilhões.
Já o Inter saiu de US$ 1,5 bilhão e conseguiu um pequeno aumento para cerca de US$ 1,6 bilhão até agosto de 2024, após uma série de flutuações.