O Nubank anunciou sua segunda aquisição. Dessa vez o alvo foi a americana Cognitec, criadora da linguagem de programação Clojure e do banco de dados Datomic, usados pela fintech. O valor da operação não foi revelado. A companhia criada em 2013 trabalha com o Nubank desde 2014.
Foi a primeira operação feita pela companhia fora do Brasil e a segunda compra de uma empresa de tecnologia – a aquisição anterior tinha sido da PlataformaTec, em janeiro.
O Nubank se comprometeu a manter o desenvolvimento do Clojure e do Datomic, que estão disponíveis sob o modelo de código aberto.
Tá, mas e daí?
PlataformaTec e Cognitec são empresas com as quais o Nubank tem grandes contratos de fornecimento e serviços de tecnologia. Por isso fez sentido para o neobank partir para a compra das empresas, apurou o Startups.
Ter o controle das tecnologias que dão sustentação ao negócio é um aspecto importante para uma startup. Muitas começam usando tecnologias de terceiros e depois têm gastar tempo e dinheiro criando tudo de novo. Ser o dono das sua tecnologia base dá flexibilidade e agilidade para fazer ajustes e correções e criar novos produtos e serviços.
A conta de trazer para casa não fica barata porque é preciso ter gente altamente capacitada e especializada. Mas a contratação externa não tende a ser menos cara no longo prazo. Por isso, o movimento pode ser interessante.
Em 2011, quando o Google comprou a Motorola, um dos fatores que pesou para a operação de US$ 12,5 bilhões foi o estoque de patentes da fabricante. Além de todo o acervo histórico, a companhia era, na época, a que mais registrava novos desenvolvimentos para o sistema operacional Android. Mais que o próprio Google. O estoque foi importante para que o sistema se consolidasse como o líder absoluto do mundo dos smartphones. Em 2014 o Google acabou vendendo a operação de celulares para a Lenovo, por quase R$ 3 bilhões.
A comunidade de desenvolvedores não costuma ficar muito feliz com compras desse tipo. Especialmente tratando-se de projetos de código aberto. A reação natural é se afastar do projeto e buscar alternativas (vide Sun/Oracle e Java e Microsfot/GitHub). A ver como o Nubank vai lidar com isso.