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Nubank tem lucro de US$ 17 milhões e receita recorde no 2º tri

Resultado foi atribuído ao engajamento da base e o crescimento no número de clientes, que chegou a 65,3 mi

Nubank
Foto: Divulgação

A adição de novos clientes e o crescimento da receita média por usuário ativo impulsionaram os resultados do Nubank no segundo trimestre. O banco digital divulgou na noite de ontem (15) que registrou um lucro de US$ 17 milhões no período. A cifra representa uma ligeira alta de 3,03% em relação aos R$ 16,5 milhões obtidos um ano antes.

Lembrando que o resultado ajustado é uma medida financeira calculada usando o lucro líquido ajustado por despesas relacionadas à remuneração baseada em ações e pelos efeitos tributários aplicáveis a esses itens.

Pela primeira vez a receita líquida do roxinho superou US$ 1 bi em um único trimestre, somando US$ 1,2 bilhão. O crescimento foi de 230% na comparação anual, excluindo o efeito da variação cambial. Já a receita média mensal por cliente ativo alcançou US$ 7,8 milhões por cliente, contra os US$ 4 milhões por cliente no segundo trimestre de 2021.

Segundo o fundador do Nubank, David Vélez, o resultado pode ser explicado pelo crescimento no número de clientes e o engajamento da base. No segundo tri, a companhia conquistou 5,7 milhões de novos clientes, chegando a 65,3 milhões de usuários na base (alta de 56,6% em comparação com um ano antes). A carteira de clientes ativos cresceu 75% em um ano, somando 52,3 milhões, enquanto a taxa de atividade ficou em 80% ante 72% no segundo trimestre de 2021.

“Tivemos outro trimestre muito forte, com crescimento e lucratividade no nosso negócio. Registramos uma receita recorde e estamos dando grandes passos para nos tornarmos uma plataforma multi-produto em diferentes países”, disse David, durante a conferência de resultados.

Prejuízo e inadimplência

Por outro lado, considerando o indicador não ajustado, o Nubank registrou prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no trimestre, um aumento de 96,7% em relação ao saldo negativo registrado um ano antes (de US$ 15,2 milhões). 

No entanto, houve uma melhora em relação ao primeiro trimestre deste ano, quando o prejuízo líquido foi de US$ 45,1 milhões. Segundo declarou o banco digital, as razões para o resultado negativo são o aumento da remuneração baseada em ações e seus efeitos fiscais no trimestre.

Já a inadimplência de empréstimos acima de 90 dias, índice em que a maioria dos analistas de bancos de investimentos estão de olho, aumentou de 3,5% para 4,1%, em um ano. Porém, considerando o período de 15 a 90 dias, ela ficou estável na comparação com o primeiro trimestre em 3,7%.

Nova gestão

Junto com os resultados financeiros, o Nubank anunciou toda uma reestruturação no seu modelo operacional de gestão. Youssef Lahrech, diretor de operações da companhia há dois anos, acumulará o novo cargo de presidente, assumindo parte das funções do fundador e CEO David Vélez, a quem se reportará.

À frente da organização, David continuará a orientar e manter a supervisão da gestão operacional, da liderança, cultura e reputação da companhia. Além disso, o fundador do neobanco priorizará a estratégia de longo prazo, incluindo o desenvolvimento de produtos, a expansão para novos mercados e novas aquisições.

Cristina Junqueira, co-fundadora e CEO do Nubank no Brasil, também não ficou de fora das mudanças. Ela assume a posição de diretora de crescimento, gerenciando as operações da equipe de mercado e as estratégias de crescimento com foco no cliente no Brasil, México e Colômbia.