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Olist levanta série E de US$ 186 mi e se torna o novo unicórnio brasileiro

O aporte foi liderado pelo Wellington Management, com participação de Softbank, Goldman Sachs, Valor Capital, Corton Capital e Globo Ventures

Olist levanta série E de US$ 186 mi e se torna o novo unicórnio brasileiro

A gente achou que não teria mais anúncios de unicórnios latinos em 2021. Só nos últimos 2 meses foram 6 – Merama, Incode, Clara, JOKR/Daki, CloudWalk, Cargo X. Mas nunca diga nunca. Hoje, mais uma startup ganhou o status mítico: a Olist, plataforma que ajuda marcas e lojistas a digitalizar seus negócios por meio de e-commerce e venda em marketplaces como Mercado Livre e Amazon.

A companhia recebeu uma série E de US$ 186 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), liderada pelo norte-americano Wellington Management. Acompanharam a rodada os já acionistas SoftBank e Goldman Sachs, o investidor Kevin Efrusy, o fundo Valor Capital e as brasileiras Corton Capital e Globo Ventures.

O aporte vem 8 meses depois da série D, liderada pelo SoftBank e o banco Goldman Sachs. O round foi dividido em 2 partes, uma em novembro de 2020, com a captação de US$ 57 milhões, e a extensão em abril, no valor de US$ 23 milhões. “Toda vez que a gente olha para o futuro e vê oportunidades de continuar crescendo, decidimos trazer mais capital. A série E vem para acelerar o crescimento e as soluções que já entregamos hoje”, diz Tiago Dalvi, diretor-executivo e cofundador do Olist.

A entrada do Wellington agrega uma visão de longo prazo para o negócio, abrindo espaço para, no futuro, um provável IPO. “É um fundo que sabe navegar muito bem em diferentes ambientes. No mercado público, com empresas de capital aberto, no privado e, mais ainda, na transição desses mundos”, explica Tiago. Ainda assim, ele afirma que o próximo passo do Olist não deve ser o IPO, que segue sem previsão para acontecer. A companhia vai focar as operações para triplicar a receita em 2021 e repetir a conquista em 2022.

Tiago Dalvi, diretor-executivo e cofundador do Olist

O que vem por aí

Com o caixa reforçado, a companhia pretende tornar-se um ecossistema ainda mais completo para endereçar as dores de seus clientes. No último ano, o Olist fez uma série de aquisições como estratégia de expansão. Em 2020, comprou a startup de social commerce Clickspace e a logtech PAX. Em 2021, foram adquiridas as tech companies VNDA, de e-commerce e soluções voltadas para as DNVBs (marcas verticais e nativas digitalmente), e a Tiny ERP, para apoiar os clientes na gestão operacional, financeira, contábil e comercial do negócio.

Agora, a companhia deve lançar uma nova operação de fulfillment no início de 2022, para proporcionar aos lojistas entregas cada vez mais rápidas com o apoio de um novo centro de distribuição localizado em Barueri (SP). “A solução de fulfillment vai apoiar o lojista de forma integral, independente de seu canal de venda, seja ele e-commerce ou no marketplace onde está presente. Vamos ajudá-los a performar e abastecer as vendas em múltiplos canais”, diz Tiago

Outra frente de expansão será serviços financeiros. Hoje, os lojistas já conseguem acessar via a plataforma do Olist linhas de crédito para capital de giro, com o objetivo de adquirir novos produtos para o catálogo e manutenção de estoque.

Para apoiar essas novas frentes, o executivo não descarta a possibilidade de novas aquisições. “A gente considera M&As. Por mais que nosso ecossistema esteja bastante completo, existem outras dores do lojista que podem fazer sentido resolvermos”, afirma Tiago. Ele explica que não há uma meta de aquisições a serem feitas no próximo ano. “Estamos em busca de excelentes founder, com times e culturas fantásticas e alinhamento de visão.”

A companhia também quer expandir a operação no México, onde tem um escritório e time local para ampliar (e consolidar) a solução para vendas em marketplaces na região. “O Brasil segue com uma prioridade super relevante, mas o México entra como peça-chave importante. É um ecossistema dinâmico, com muito capital, mas sem nenhuma solução robusta para ajudar o lojista na digitalização e navegação via e-commerce”, explica Tiago. Sem muitos detalhes, ele adianta a expectativa de levar os negócios para outros países latinos em 2022, introduzindo os demais produtos do ecossistema gradualmente com a pretensão de ser o principal ecossistema de soluções de e-commerce na região.

45.000 lojistas e varejistas. Esse é o número de usuários usando as soluções do Olist hoje em dia. No próximo ano, devem entrar outros 100.000, para algo próximo de 150.000 clientes na América Latina. Com 1.400 no time, a projeção é preencher 300 novas posições ao longo de 2022.

Mês dos unicórnios

“A gente está num momento de bastante incerteza em relação ao ano que vem, especialmente para quem opera no Brasil. É sempre melhor passar por esse momento com capital”, argumenta Tiago, quando perguntado sobre o grande número de novos unicórnios latinos nesse final de ano.

Para o empreendedor, a movimentação agitada nos últimos meses é um reflexo da preparação de muitas startups, para entrar em 2022 com o pé direito – capitalizado e pronto para enfrentar eventuais desafios. “Está todo mundo olhando para o longo prazo. No caso da Olist, vemos muita oportunidade de crescimento e é sempre importante manter o caixa da empresa lá em cima”, conclui.