A Onfly, startup mineira de gestão de viagens corporativas, tem planos para abrir seu primeiro escritório fora do Brasil em 2025. O destino escolhido foi o México, segundo maior mercado para esse segmento, segundo a Global Business Travel Association (GBTA). Mas esse será apenas o começo.
Em entrevista exclusiva ao Startups, Marcelo Linhares, CEO da Onfly, conta que assim que a operação no México “for validada”, a ideia é expandir para outros países da América Latina, como Peru, Colômbia e Chile – o que pode ocorrer em meados de 2026.
Com tecnologia proprietária, a Onfly funciona como uma espécie de “Decolar.com das viagens corporativas”, evitando trabalhos que antes eram feitos “offline”, por meio de agências de viagens e dos times de RH, por exemplo.
As operações no México começam em janeiro com um country manager, uma colaboradora brasileira e um time mexicano. O objetivo é chegar a 10 colaboradores já no primeiro trimestre e fechar o ano que vem com 20 pessoas dedicadas à operação no país.
“Entendemos que a dor e o problema que temos resolvido para as empresas é global, e que a nossa tecnologia consegue gerar muito valor. O Brasil adora exportar commodities, mas nos provoca pouco para exportar tecnologia. Queremos ajudar a mudar isso e mostrar que o Brasil também pode exportar software”, afirma Marcelo.
A Onfly já atende a empresas brasileiras com operações fora do país. Com o escritório na Cidade do México, a startup quer começar a atrair empresas locais, chegando a 2.500 clientes no país até 2027.
Entre as empresas que já operam suas viagens corporativas com a Onfly no México, os setores mais presentes são Indústria (17%), Varejo (17%), Tecnologia (16%), Construção (10%) e Financeiro (8%).
Parte dos recursos para essa expansão internacional vieram de uma rodada de R$ 80 milhões realizada em 2023, liderada pela Left Lane Capital e pela Cloud9 Capital. O investimento já previa que uma parte do dinheiro seria usado para a abertura de um escritório no México.
“Nossa ideia nos primeiros 18 meses de operação no México é queimar caixa e deixar para pensar em breakeven a partir do 19º. No Brasil, já praticamente atingimos o breakeven este ano, mas para o ano que vem o plano é sermos mais agressivos”, diz o CEO.
Além da expansão internacional, a Onfly tem apostado em novos produtos, como o cartão corporativo, que elimina os pedidos de reembolso por parte dos trabalhadores, e o OnHappy, o benefício corporativo tem o plano de aumentar o mercado endereçável da companhia, além de democratizar e estimular viagens de férias e lazer entre os colaboradores de uma empresa.