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Open Finance pode render R$ 42B aos bancos até 2026

Cifra leva em conta o potencial de receita incremental com produtos de crédito; só para Pessoas Físicas, seriam R$ 28B

Foto: Canva
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O Open Finance, sistema de compartilhamento de dados entre instituições financeiras, completou três anos em fevereiro, trazendo avanços em serviços financeiros mais integrados, eficientes e centrados no cliente. Seu potencial de crescimento no longo prazo é gigante, conforme reforçam dados da Strategy&, consultoria da PwC Brasil.

Segundo projeção da terceira edição do “Panorama do mercado de serviços financeiros”, até 2026, o uso do Open Finance pode render o equivalente a R$ 42 bilhões em negócios para o setor de serviços financeiros no país, considerando pessoas físicas e jurídicas. A análise leva em conta o potencial de receita incremental provido por produtos de crédito.

Só para Pessoas Físicas, seriam R$ 28 bilhões. Nesse espectro, as principais oportunidades são, respectivamente, o crédito pessoal não consignado (R$ 6,8 bi), o crédito consignado (R$ 6,7 bi) e o crédito imobiliário (R$ 4 bi) – soma que representa R$ 17,5 bilhões.

O Open Finance também pode ajudar a mitigar a inadimplência bancária. Até outubro de 2023, o saldo total de crédito no Brasil era de R$ 5,6 trilhões, enquanto a inadimplência estava em R$ 191 bilhões (3,42%). Hoje, as IFs (instituições financeiras) se esforçam para implementar algoritmos e rotinas de avaliação mais precisos para ponderar os riscos dos clientes, uma vez que, a cada 1% de redução da inadimplência bancária, a instituição financeira pode deixar de perder potencialmente R$ 56 bilhões.

“O Open Finance fornece diversas oportunidades para as IFs se tornarem mais eficientes”, afirma Eliseu Tudisco, sócio da Strategy&. “Alguns exemplos são análise de crédito com visibilidade holística dos clientes, identificação antecipada de riscos, velocidade na renegociação de dívidas e identificação de dificuldades financeiras, além de oferta de crédito personalizado com limite adaptativo”, acrescenta o executivo, em nota.

O Open Finance faz parte de um ecossistema robusto que conta hoje com o Pix e, no futuro, o Drex, tecnologias que estão e continuarão revolucionando o dia a dia dos consumidores no país. O principal pilar desenvolvido dentro da agenda do Banco Central é a competitividade. Em conjunto, as três plataformas se reforçam para incentivar a inovação no setor, por meio de novos produtos e soluções.

Tecnologia como aliada

Existe a necessidade de uma série de tecnologias e ferramentas para viabilizar o Open Finance – entre elas as APIs (Application Programming Interfaces), que fazem parte de um bloco fundamental para tráfego seguro de informação na plataforma, assim como a computação em nuvem. Além dessas, outras terão o papel de somar funcionalidades, como a inteligência artificial e o blockchain.

Essa característica do Open Finance oferece oportunidades às big techs, que demonstram interesse em atuar nesse mercado. A união entre dados financeiros e informações comportamentais monitoradas em suas plataformas poderá se tornar uma fonte de vantagem competitiva.

Para grandes bancos, o Open Finance pode significar competir em um mercado com menor assimetria de acesso a informações, uma vez que o acesso aos dados se torna transparente e disseminado. Assim, a corrida por ser o banco principal do cliente se transforma, enquanto novos produtos e oportunidades se apresentam ao mesmo tempo que novos competidores e modelos de negócios. 

Para pequenos bancos e fintechs, surgem grandes chances e desafios, pois suas estruturas enxutas permitem agir com velocidade e promover disrupções no mercado como um todo. Belvo, Klavi, Celcoin e Quanto são algumas startups que competem com soluções relacionadas ao setor.