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Para conectar players do agro, Seedz fecha série A de US$ 16,5 mi

Agtech Seedz pretende investir em três pilares: internacionalização, aquisições e entrada em serviços financeiros

Seedz agro
Crédito: Canva

A Seedz, agtech mineira que desenvolveu uma plataforma de inteligência e fidelização para o mercado agro, acabou de levantar US$ 16,5 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões), em uma rodada série A liderada pela Alexia Ventures, fundo focado em startups brasileiras com apelo global.

A captação contou também com a participação da VOX Capital, Volpe Capital, The Yield Lab, Tridon, 10b (Tarpon), Endeavor Scale-Up, Parceiro Ventures e outros investidores individuais. Com o aporte, a agtech pretende investir em três pilares estratégicos de expansão: internacionalização, possíveis aquisições e entrada em serviços financeiros dentro da sua plataforma.

Fundada em 2017 pelo CEO Matheus Ganem com o sócio Daniel Rosa, a Seedz quer ser a plataforma de integração entre os elos da cadeia do agro. Criada como uma plataforma de fidelização por meio de benefícios para os agricultores, a empresa desde então já acumulou mais de 1,2 mil empresas e cerca de 80 mil agricultores conectados.

“Temos como core business nosso programa de fidelidade, em que as compras dos agricultores se revertem em pontos e cashback, mas construímos em cima disso uma plataforma de inteligência para os parceiros se relacionarem e conectarem suas jornadas com as dos produtos”, afirma Matheus, em entrevista ao Startups.

A adesão das empresas é feita por assinatura, cujo preço é calculado em cima do volume de dados transacionados e usuários que se relacionam com a marca – a empresa atende nomes como Yara, Mosaic, Syngenta, John Deere, entre outras. A empresa também tira parte de sua receita em cima de soluções adicionas cobradas dos agricultores – a utilização do programa de fidelidade, entretanto, é gratuita.

A agtech não abre dados de faturamento, mas segundo o CEO, ela registra um crescimento de 300% ano a ano. Em termos de agricultores conectados, a média é chegar à marca de 200 mil produtores até o final de 2023, focando principalmente nos de pequeno e médio porte. “Eles representam mais de 70% da produção nacional, e são muitos os que ainda nem iniciaram seu processo de transformação digital”, explica o CEO.

Aquisições e serviços financeiros

Foi pensando na digitalização destes produtores de menor porte que a Seedz iniciou uma mudança em sua plataforma, indo bem além do programa de fidelidade. Recentemente, a companhia adquiriu duas empresas focadas em inteligência para o agronegócio. Primeiro foi a plataforma de engajamento e planejamento de safra Atomic Agro, em dezembro de 2021.

Mais recentemente, a Seedz comprou a Perfarm, software de gestão de finanças para propriedades rurais. As duas soluções foram absorvidas no SaaS da companhia, passando a integrar uma plataforma única chamada Seedz Farm. Com as aquisições, a agtech deu um impulso na sua base de agricultores conectados – por exemplo, apenas a Atomic Agro contava com cerca de 8 mil clientes.

Segundo Matheus Ganem, a empresa deve continuar a estratégia de aquisições agora que está com o caixa abastecido, apesar de não ter nada específico no curto prazo. “Temos uma agenda ativa de análise de outras empresas para adquirir, mas não temos uma meta específica do número ou do tipo de startups que pretendemos comprar. Queremos ver o que mais se encaixa para nossos clientes e o que interessa ter em casa”, afirmou o CEO ao comentar sobre o futuro em relação a M&As.

Matheus Ganem e Daniel Rosa, cofundadores da Seedz.
Matheus Ganem e Daniel Rosa, cofundadores da Seedz (Crédito: divulgação).

Contudo, uma área em que a Seedz quer acelerar logo é a de serviços financeiros, trazendo ofertas como linhas de crédito e outros produtos do tipo para dentro da plataforma, seja por meio de parceiros ou com soluções criadas dentro de casa. “Entendendo melhor o agricultor a partir dos seus dados de consumo, é possível linkar oportunidades para financiamentos, de acordo com cada perfil”, explica Matheus.

Ao mirar o segmento financeiro, indo além da venda de produtos e serviços (o que inevitavelmente também está ligado ao crédito), a Seedz mira um mercado grande: Segundo dados do Ministério da Agricultura, o total das contratações de crédito rural na safra 2021/22 superaram em R$ 42,19 bilhões o que foi inicialmente disponibilizado em junho/2021 (R$ 251,2 bilhões), se situando em R$ 293,41 bilhões, um aumento de 19% em relação à safra anterior.

Expansão internacional

Por atender marcas com atuação em outros países da América Latina, a Seedz já tem presença em outros países da América Latina. Segundo aponta o CEO, a empresa já entrou em 10 países “do México para baixo”, com destaque para Paraguai e Argentina.

Contudo, a empresa quer reforçar esta presença utilizando os recursos da nova rodada, investindo no reforço da plataforma para mercados fora do Brasil. Para tornar seu produto ainda mais robusto, tanto dentro quanto fora do país, a companhia deve investir em equipe – atualmente a Seedz tem um quadro de 220 pessoas, número que deve aumentar no próximo ano.

“No Brasil temos cerca de 5 milhões de fazendas. Na América Latina, esse número sobe para mais 22 milhões, então temos um grande potencial”, finaliza Matheus, falando sobre o mercado endereçável para a agtech.