A Partyou, fintech para universitários, demitiu cerca de 60% da equipe em dezembro. Conforme uma lista que circula pela internet e acaba de ser divulgada pelo site Layoffs Brasil, o número de profissionais desligados é de aproximadamente 30 pessoas.
Os cortes atingiram diversas áreas, como produto, marketing, comercial, desenvolvimento e operações. Procurado, o cofundador e CEO, Otávio Dutra, confirmou a quantidade de demissões e atribuiu o desligamento em massa ao “cenário de cautela”, que tem levado startups e empresas de tecnologia do mundo todo a reduzir seus quadros.
“Estamos entendendo qual a real necessidade de readequação ao cenário. Precisamos tomar algumas ações para ajustar a operação e poder crescer nas linhas certas. O primeiro passo é redimensionar as áreas”, diz o empreendedor, em uma conversa franca com o Finsiders.
O enxugamento no time ocorre cerca de um ano depois que a fintech anunciou uma rodada de US$ 3 milhões (R$ 16 milhões, no câmbio da época) liderada pelo inovaBra Ventures, o fundo gerido pela área de Venture Capital (VC) e Private Equity (PE) do Bradesco, que entrou com um cheque de R$ 10 milhões. O VC norte-americano Asterisk Ventures — que já investia na startup –, acompanhou o round.
Fundada em 2016 por Otávio, Leandro Souza e Thais Mellone, a Partyou montou uma plataforma com soluções para profissionalizar as associações estudantis, com funcionalidades como controle financeiro e de fluxo de caixa; regulamentação de CNPJ e serviços de contabilidade; gestão de associados; carteirinha digital; e serviço de marketplace, permitindo que as entidades montem lojas virtuais e vendam ingressos de eventos e outros produtos.
Em entrevista ao Finsiders, também em janeiro do ano passado, Otávio contou que o grande objetivo da fintech é ser um ‘super app’ para universitários. Na ocasião, ele informou que a plataforma somava mais de 170 mil usuários. Atualmente, são mais de 400 mil.
Cenário
Com os cortes, a Partyou se junta a uma lista grande de startups que precisaram realizar demissões em massa para se adaptar ao quadro macroeconômico mundial. No apagar das luzes de 2022, nomes como Alice, Buser e Loft também anunciaram desligamentos.
O movimento atinge, inclusive, gigantes de tecnologia. Nos últimos dias, nomes como Amazon e Salesforce divulgaram demissões em massa. Hoje também foi a vez da corretora de criptomoedas Coinbase anunciar a redução de 20% do time.