
Depois de dois anos de expectativa, a Petrobras finalmente lançou um edital para a escolha da gestora que irá tocar seu primeiro fundo de Corporate Venture Capital (CVC), com tese em transição energética. O veículo de investimento foi criado em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Finep.
“A Petrobras percebeu que não poderia ser líder em transição energética sozinha. A companhia vai precisar de parceiros, fornecedores, vai fazer novas escolhas ao longo do caminho. O fundo terá um papel fundamental para isso”, disse Clarissa Palu, gerente de transição energética e CVC da Petrobras, durante painel no VC Day, que ocorreu nesta quinta-feira (12), em São Paulo.
O evento, realizado em parceria com o Cubo, faz parte do congresso anual promovido pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
A projeção é que o fundo tenha um total de R$ 500 milhões sob gestão, sendo até R$ 250 milhões vindos da Petrobras, limitados a 49% do fundo. O BNDES entraria com até R$ 125 milhões, limitados a 25% do fundo, e a Finep, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), R$ 60 milhões. Além dos cotistas-âncora, o fundo pode receber aportes de outros investidores.
“Quando trouxemos o BNDES e Finep, até dentro de casa isso emprestou muita credibilidade para o que a gente estava fazendo. No mercado, os gestores se empolgaram com a nossa tese. Fizemos movimento muito robusto para entender se a tese seria bem aceita, o tamanho do fundo. Outras corporações também manifestaram interesse de entrar”, afirmou Clarissa.
A expectativa é que o processo de seleção do gestor do fundo seja concluído em outubro e as operações sejam iniciadas no primeiro semestre de 2026. O prazo total do FIP será de até 12 anos.
O foco dos investimentos será em descarbonização, armazenamento de energia e eletromobilidade, hidrogênio verde, geração de energia renovável e captura de carbono.
Este FIP fará parte do programa Petrobras Innovation Ventures, gerido pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), que já investe, por meio de fundos, em startups de áreas estratégicas para a companhia no Brasil e no exterior.