Plant-based

Startups criam associação para fortalecer mercado plant-based no Brasil

Grupo criado por NotCo, NUDE., Positive Company e Vida Veg também quer otimizar estrutura fiscal da indústria no país

Empresas fundadoras da Base Planta: NotCo, NUDE., Positive Company e Vida Veg
Foto: Divulgação

Quatro dos maiores players do mercado plant-based no Brasil – a NotCo, NUDE., Positive Company e Vida Veg – uniram forças para criar a Base Planta, associação que visa fortalecer o segmento e otimizar a estrutura fiscal da indústria no país. A iniciativa tem o objetivo de trazer igualdade tributária no mercado, que enfrenta desafios em relação à indústria alimentícia de produtos de origem animal.

“Ao analisar pesquisas de mercado, identificamos que os principais motivos das pessoas não comprarem produtos plant-based são o preço e produtos inacessíveis. A associação surge como uma união de forças para tentar democratizar esta indústria o mais rápido possível, com um olhar especial para a questão fiscal e tributária, que ainda é bastante embrionária no Brasil”, explica Thiago Augusto, diretor financeiro da NotCo no Brasil, em conversa com o Startups.

Álvaro Gazolla, fundador da Vida Veg, acrescenta que o mercado plant-based no Brasil ainda é incipiente, mas tem alto potencial de crescimento assim como tem acontecido nos Estados Unidos e na Europa. “Uma indústria que gera impacto ambiental positivo e é mais inclusiva não deveria ter uma carga tributária tão elevada. Tem que ser, pelo menos, igual a dos produtos de origem animal. As empresas do setor têm dores e interesses comuns, e a associação é uma forma de fortalecer nossa categoria na indústria. Ter um produto acessível é benéfico para todos: as marcas, os consumidores e o meio ambiente”, completa.

Os executivos ressaltam que, além de uma diferença relacionada à proteína animal, há distinções tributárias na própria cadeia de vegetais, com uma variação da taxa de imposto dependendo da proteína. “Estamos tentando ser universal: categoria plant-based”, pontua Thiago. O objetivo é não desequilibrar a cadeia, com a maioria das marcas e indústrias direcionando-se para proteínas mais baratas.

A associação na prática

O mercado de produtos à base de plantas deve movimentar entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035, segundo o The Good Food Institute (GFI). No entanto, os executivos explicam que ainda não existe uma regulamentação específica para esses itens no Brasil, o que gera muitas tributações que dificultam o registro e o acesso às opções plant-based. Por exemplo, enquanto o leite vegetal possui uma tributação de PIS/COFINS de 9,25%, o leite UHT, de origem animal, não carrega a taxa.

Nesse contexto, a ideia é que a Base Planta atue como representante do mercado plant-based no Brasil, especialmente na busca da igualdade tributária com produtos de origem animal. O grupo irá estabelecer o diálogo com autoridades, fornecedores, reguladores, governos e outros parceiros comerciais em busca de preços melhores e condições mais favoráveis que tornem os produtos mais acessíveis para, assim, impulsionar o desenvolvimento da área em todo o território nacional.

A expectativa é, com o tempo, convidar outras importantes empresas do mercado de produtos vegetais a fazerem parte da associação. Embora inicialmente focada nas questões fiscais e tributárias, no futuro a associação irá endereçar outras questões do mercado como aspectos regulatórios, comunicacionais, entre outros, para apoiar ainda mais a consolidação do setor.