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Plugify faz FIDC de R$ 120 mi para expandir aluguel de equipamentos

Startup buscou dinheiro via um FIDC, com meta de bancar compras maiores de equipamentos de TI para alugar

Plugify faz FIDC de R$ 120 mi para expandir aluguel de equipamentos

Aqui no Startups geralmente noticiamos sobre negócios levantando rodadas de investimentos para impulsionar seus planos de expansão. No entanto, diferentemente de um aporte por participação (equity) a startup Plugify resolver tomar um caminho diferente para ter mais capital em seu negócio de aluguel de equipamentos de TI: ela captou R$ 120 milhões com a captação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

Com o fundo, criado e gerido pela Milenio Capital, a Plugify espera expandir sua base de clientes corporativos e neste embalo, duplicar também o quadro de colaboradores. Apesar de não abrir valores de faturamento ou de número de clientes, a empresa afirma que mantém um ritmo de crescimento de 3 vezes ao ano, cujo plano é manter em 2022.

Numa explicação mais rudimentar, o FDIC basicamente é uma linha de crédito levantada no mercado de investimentos. É semelhante às mais conhecidas debêntures, com percentuais pré-fixados de retorno e securitizados pelos valores a serem recebidos pela empresa por meio de seus produtos ou serviços. Segundo Alexandre Gotthilf, CEO e cofundador da Plugify ao lado da CFO Paula Mendes, foi o melhor caminho a seguir.

“Somos um negócio de capital intensivo. Quando eu alugo (um equipamento), basicamente empresto dinheiro para nosso cliente. Não faria sentido vender participação para fazer estes gastos”, explica o executivo em entrevista ao Startups, apontando que esta não foi a 1ª emissão feita pela companhia. Em 2020 e 2021 ela levantou recursos em duas emissões de debêntures, captando R$ 10 milhões na 1ª e R$ 32 milhões na 2ª.

O uso de um FDIC é algo inusitado para empresas que atuam no ramo da Plugify – geralmente as debêntures são o meio mais utilizado para captar dinheiro. Segundo Alexandre, mesmo concorrentes de grande porte e conexões no mercado financeiro, como a Positivo, recorrem a esta opção. Porém, o CEO explica que há uma diferença importante: com os debêntures, a empresa só podia usar 75% desta linha de crédito nos contratos de compra de equipamentos. No FDIC, a Plugify pode utilizar 100%.

“Com o dinheiro de debêntures, bancávamos um quarto do valor de compra dos equipamentos com o nosso caixa. Isso inviabilizava alguns contratos de maior porte. Tivemos que nos ‘esconder’, no bom sentido, de algumas oportunidades, por meio desta limitação”, ressalta Alexandre. “Montamos o FIDC pensando em ter mais volume para atender”, completa o CEO.

Alexandre Gotthilf (CEO) e Paula Mendes (CFO), cofundadores da Plugify

De acordo com o CEO, a experiência bem-sucedida dos debêntures trouxe a segurança para buscar o alto valor no FIDC. Inclusive, Alexandre aponta que diversos dos investidores das primeiras operações entraram nesta nova captação, apostando no potencial de retorno. “Somos uma startup, mas damos resultado financeiro. Desde o primeiro dia damos lucro e temos caixa. O mercado não empresa dinheiro para quem está queimando dinheiro”, atesta.

Investimento em tecnologia

Enquanto os milhões do FIDC chegam para abastecer o estoque, recentemente a Plugify também foi ao mercado para buscar investimento de venture capital. A startup levantou em janeiro um aporte com a Porto Seguro, que comprou 10% da companhia por um valor não divulgado.

Neste caso, o CEO destaca que o dinheiro de equity faz mais sentido, já que o foco é o investimento na plataforma tecnológica que ajuda no gerenciamento dos equipamentos alugados às empresas clientes. “Como (o equity) é um dinheiro mais ‘caro’, buscamos este aporte só mais recentemente. Além disso, o smart money da Porto nos abre opções interessantes para ganhar mercado”, explica Alexandre, apontando que essa foi a primeira vez que a startup buscou venture capital.

Chamada Gali, o software desenvolvido internamente foi uma solução para ajudar no controle dos notebooks, desktops, celular e monitores que são alugados. “Na pandemia, com o aumento de empresas adotando o home office, tivemos um crescimento de demanda”, explica Alexandre, destacando que o Gali tem o papel de ajudar em um trabalho que rende dor de cabeça para as empresas: saber quais equipamentos estão com cada funcionário e responder aos chamados de suporte.

“Cuidamos desde a configuração e entrega dos equipamentos para os colaboradores no onboarding, passando pelas manutenções, até a parte de recolher as máquinas no offboarding e recondicioná-las para uso posterior”, explica o executivo.