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Proptech aMORA levanta US$ 3,2 mi para facilitar a compra de imóveis

A rodada foi liderada por Global Founders Capital, com participação de fundos e investidores-anjo

Uma pessoa entregando miniatura de casa para outra e uma prancheta com caneta sobre a mesa - Startups

A aMORA, startup que quer ajudar pessoas que não conseguem comprar um imóvel nos modelos atuais de financiamento, fechou sua 1ª captação institucional. O aporte de US$ 3,2 milhões (cerca de R$ 16 milhões) foi liderado pelo Global Founders Capital, cujo portfólio inclui LinkedIn, Facebook e Trivago

O negócio funciona assim: o cliente escolhe o imóvel em que deseja morar e dá 5% de entrada, bem menos que os 20% de um financiamento bancário convencional. A aMORA avalia a residência e completa a compra com os 95% restantes do valor do imóvel. O cliente se muda, reforma o espaço (caso queira) e pode decidir, em até 3 anos, se quer adquirir a propriedade.

Enquanto isso, ele paga uma mensalidade que será usada como reserva se decidir comprar o imóvel. Caso não goste de morar no local, o contrato é encerrado, assim como seria em uma negociação de aluguel. Se o cliente opta pela compra do imóvel, parte do valor arrecadado de aluguel retorna como um cashback, que passa a ser a entrada da compra final. Atualmente, a empresa trabalha com apartamentos e casas em condomínios fechados ou vilas, todos na região metropolitana de São Paulo.

A proposta é parecida com a da norte-americana Divvy Homes, que no ano passado levantou uma série C de US$ 110 milhões. O aporte foi liderado pela Tiger Global Management, com participação de GGV Capital, Moore Specialty Credit, JAWS Ventures e Andreessen Horowitz. Inspirados no modelo de fora, os empreendedores Aram Apovian, Rafael Cerqueira e Felipe Santos se uniram para criar a aMORA, em 2020.

Em janeiro de 2021, a startup levantou R$ 1,65 milhão de investidores-anjo para, de acordo com Felipe, testar a viabilidade no Brasil. “Rapidamente, as pessoas viram a utilidade do serviço. A necessidade de comprar a casa própria com mais flexibilidade existia, mas não havia uma opção nacional”, diz o cofundador e diretor de tecnologia da aMORA.

Rodada e use of proceeds

Participaram do aporte GFC, Moore Strategic Ventures, Caravela, Plug & Play, Latitud, RBR asset e Pareto20 participaram do aporte. Os fundos foram acompanhados dos investidores-anjo Guilherme Bonifácio (iFood), Diego Libanio (Zé Delivery), Brian Requarth (Vivareal) e Douglas Oliveira (Swap).

O dinheiro do aporte será revertido em tecnologia, na parte de dados e construção de ferramentas de atendimento ao cliente, avaliação de imóveis e processos internos. Além disso, o time da startup vai aumentar de 14 funcionários para cerca de 25 colaboradores até o final do ano, com novas contratações nas áreas de produto, marketing, finanças e operações. Uma terceira parte dos recursos será usada para a aquisição dos imóveis.

“No 1º trimestre de 2022 já conseguimos quase o mesmo volume feito no ano passado inteiro. O aporte veio para sustentar a procura dos clientes e a boa aceitação do mercado”, afirma Aram, diretor-executivo da startup. A projeção é crescer 6 vezes sobre o volume realizado em 2021 e avançar nos planos de, em breve, atender mais de mil clientes por mês e levantar um CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) de R$ 30 milhões.

Unindo forças

A aMORA faz parte do disputado mercado das proptechs, comandado pelas gigantes Loft e QuintoAndar. Questionado se há espaço para crescer diante da concorrência, Aram afirma que sim. 

“A gente traz mais pessoas para a mesa e inclui clientes que eram deixados de fora do setor, seja por falta de capital, insegurança em relação ao imóvel ou pouco conhecimento”, pontua. “Trabalhamos ao lado das imobiliárias, e não contra elas. Temos imóveis que já foram comprados com imobiliárias tradicionais e outros com digitais, grandes startups. Elas nos trazem cliente e vice-versa”, completa.

O mesmo acontece com os bancos. “Não somos uma instituição financeira. Mas levamos para os bancos mais clientes que nos modelos clássicos do mercado não seriam capazes de fazer o financiamento”, explica Aram. “Os outros atores do setor enxergam a aMORA como mais um canal de originação para o financiamento imobiliário ou compra de imóveis”, conclui.