Uma das startups de crescimento mais rápido no momento de bonança do venture capital no brasil – unicórnio em apenas 18 meses – a Loft precisou se adaptar a um novo cenário macroeconômico nos últimos anos. No caso, isso envolveu tirar o pé do acelerador, fazer ajustes e focar na sustentabilidade. Com isso, segundo o CEO e cofundador Mate Pencz, agora a empresa está pronta para voltar a crescer.
“Agora, a gente tá de volta numa fase ofensiva. Antes, a gente passou por uma fase de ajustes. Tivemos que saber adaptar, ajustar o horizonte de tempo. Agora o mundo se estabilizou e na Loft estamos num momento bastante positivo”, afirmou Mate, em entrevista exclusiva ao Startups durante o Web Summit Rio.
De acordo com Mate, agora a Loft é uma empresa preparada para todos os climas econômicos – “all weather”, nas palavras do executivo. Segundo o CEO, isso se deu com expansão do portfólio, indo além da compra e venda de imóveis, para itens como locação, aluguel, financiamento imobiliário. Além disso, na parte de software, a companhia atende cerca de 10 mil imobiliárias.
“A gente, hoje, com esse go-to-market B2B2C, consegue ter muito mais flexibilidade e uma margem, uma rentabilidade mais atrativa. Isso fez com que a companhia, hoje, gere lucro, gera fluxo de caixa positivo, e desde o ano passado, realmente, ande com as próprias pernas”, ponderou.
Mais tech – e fin – do que prop
Com este novo “mapa” de produtos e receitas, Mate Pencz admite que hoje a Loft é uma empresa muito mais tech do que prop, inclusive adicionando receitas de outros tipos de verticais para melhorar seus números. Um exemplo disso foi a aquisição das marcas CredPago e Credihome em 2021, entrando em serviços como financiamento de imóveis e crédito para aluguel de imóveis.
“A gente já tinha um braço de financiamento nosso, mas a gente praticamente dobrou o tamanho desta divisão comprando a Credihome e CredPago“, explica Mate, sem tirar o foco do core business que fez a empresa bombar no seu início.
“São produtos que tem na nossa prateleira, mas o balcão é o mesmo balcão que sempre existia, que foi crescendo no lado das imobiliárias. Todas as aquisições que a gente fez, praticamente sem exceção, foram empresas B2B, ou seja, trabalhavam com imobiliárias, com assessorias, com algum tipo de intermediário. O fintech como um todo, para a gente é um meio, não um fim”, pontua.
Com as peças arrumadas no tabuleiro, agora a expectativa para a Loft é voltar a uma primavera para os negócios. Preparada para crescer novamente, a companhia até voltou a contratar nos últimos meses, algo interessante visto que nos últimos dois anos a empresa teve seguidas ondas de cortes em seu quadro. Além disso, segundo Mate, a companhia voltará a olhar para o mercado pensando em futuros M&As.
“Se o mercado estava congelado e todo mundo estava praticamente hibernando, a gente saiu dessa fase de hibernação e agora estamos na fase construtiva. É neutro para positivo e eu estou vendo uma certa tendência de aceleração”, destaca.
Para conferir o papo completo com Mate Pencz em nosso estúdio durante do Web Summit Rio, é só clicar no player abaixo.