Para bancar o seu mais novo produto de crédito, a proptech Rooftop foi ao mercado. Contudo, em vez de buscar fundos de venture capital para investir, ela resolveu montar o seu veículo, com um fundo imobiliário (FII) de R$ 100 milhões.
Abrir fundos imobiliários para financiar crescimento não é algo novo para nenhuma empresa do ramo, mas no caso da Rooftop, a captação servirá a um produto diferente. O plano da companhia é financiar as operações do HomeCash, que oferece a possibilidade dos clientes venderem o imóvel, recebendo o valor dele à vista, em um processo médio de 45 dias, e recomprá-lo em até um ano e meio, podendo morar no imóvel neste intervalo de tempo.
Após o período de locação, o ex-proprietário pode readquirir o imóvel pelo preço de mercado, avaliado e combinado no momento da venda à Rooftop – o Itaú é parceiro da proptech no lado financeiro da operação. Caso o morador opte por não realizar a compra ou surja um outro interessado que pague mais do que o valor inicial acordado, o ex-proprietário recebe essa diferença.
Segundo Daniel Gava, fundador e CEO da Rooftop, o novo produto dá liquidez para os imóveis de forma ágil, para proprietários que tem urgência e não possuem crédito disponível a não ser por meio de seus imóveis. A bem da verdade, o HomeCash é uma nova versão de um produto que a companhia tem há algum tempo, o InCasa, que atendeu cerca de 150 clientes e que, segundo a proptech, 70% deles compraram seus imóveis de volta.
“A Rooftop não é uma empresa de empréstimos nem uma imobiliária tradicional. Somos uma proptech que oferece uma alternativa inteligente para quem precisa, por exemplo, de liquidez imediata para quitar dívidas ou investir em um novo negócio”, completa o CEO.
Por questões regulatórias junto à CVM, a empresa não divulgou o nome nem o ticker do fundo.
Um novo posicionamento
Segundo a Rooftop, o anúncio ocorre em paralelo ao rebranding da proptech, que visa se consolidar como uma plataforma inovadora, capaz de transformar imóveis residenciais em liquidez imediata por meio da compra direta de imóveis, o que segundo a proptech é uma proposta única no mercado.
De acordo com Gabriella Durbano, Head de Marketing da Rooftop, a estruturação de um novo conceito estratégico de comunicação ocorre com o objetivo de garantir que a empresa consiga despertar identificação no público, saindo apenas do apelo de aluguéis de imóveis de alto padrão que virou a marca da proptech desde seu início em 2020.
“A principal missão da Rooftop é proporcionar uma ‘virada de chave’ na vida dos nossos clientes, permitindo que acessem o valor de seus imóveis sem a necessidade de deixar suas casas. É uma forma de viabilizar seus projetos com velocidade, segurança e flexibilidade”, destaca Gabriella, em nota.
Fundada em 2020, a Rooftop adquire somente imóveis residenciais de alto padrão entre R$ 1 e R$ 7 milhões e a atuação é concentrada em cidades da região Sudeste com mais de 200 mil habitantes, além de municípios das regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste, com população acima de 500 mil habitantes.
Para adquirir a base de imóveis existente até hoje, a companhia já abriu outros fundos: em 2021 ela listou na B3 o ROOF11, com capital de R$ 100 milhões, para compra de unidades em processo judicial, extrajudicial ou leilão.