A Provu (lê-se próvu, de aprovo), novo nome da fintech de empréstimos Lendico, levantou um fundo de direitos creditórios (FIDC) de R$ 1,4 bilhão. A captação foi liderada e contou com a participação do Goldman Sachs, além de ter recebido recursos do fundo de private equity que controla a companhia, o americano Lone Star Funds.
A captação acontece poucos meses depois de a fintech ter recebido do Banco Central a licença para operar como uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), podendo operar com recursos próprios para a concessão de crédito.
Contexto: A fintech alemã de empréstimos Lendico desembarcou no Brasil em 2015. Dois anos depois, a operação local passou a operar de forma independente, tendo o banco BMG como sócio. Em 2018, o fundo Lone Star comprou a operação.
Nova fase
A chegada dos recursos coroa as mudanças feitas pela companhia nos últimos meses e o seu novo posicionamento estratégico. Ao se afastar da antiga marca – e da alemã Lendico, com a qual não tem mais relação faz tempo – a Provu continuará a operar com empréstimos, mas seus esforços passam a se concentrar no crediário digital, ou como os gringos gostam de dar nome bonito para as coisas, o Buy Now Pay Later (BNPL).
“O BNPL é um produto que tem mais alcance dentro da população. Atende mais gente. No empréstimo pessoal, o tíquete mínimo é R$ 2,5 mil. No BNPL é bem menor”, avalia Marcelo Ramalho, que comanda a operação da Lendico desde 2019 e se mantém à frente da Provu. Segundo ele, apesar do recente aumento da disputa no segmento, há espaço para crescimento porque as compras online ainda excluem muita gente que não tem um cartão de crédito, ou não tem limite disponível suficiente.
Crescimento acelerado
A operação de crediário começou a ser montada em 2019 – portanto antes da modinha, garante Marcelo – e atende mais de 200 varejistas de diferentes segmentos. O plano é que o número chegue a 4 mil até o fim do ano que vem e que a operação passe o negócio de empréstimos em termos de geração de novas operações. Em 6 anos de operação, a fintech fez mais de R$ 750 milhões em empréstimos pessoais, com 60 mil clientes.
O crescimento acelerado da nova atividade virá da estratégia de distribuição do produto escolhida pela companhia. A opção de pagamento está sendo oferecida por meio de plataformas de ecommerce como VTEX, Linx e Nuvemshop. De acordo com Marcelo, com os acordos que tem hoje, a companhia tem acesso a 150 mil varejistas. E a tendência é que o número cresça mais com a adição de novos nomes. “O lojista pode trazer vendas adicionais para um público que não conseguiria ter acesso e ainda pode receber o dinheiro em até 5 dias”, diz Marcelo. Segundo ele, a companhia está fazendo um teste de uso do BNPL no varejo físico com a MarketUP.
A operação da Provu conta hoje com 200 pessoas e até o fim do ano que vem deve chegar a 300.