Uma fabricante de chips para inteligência artificial tem chamado a atenção de Wall Street. Não estamos falando de Intel ou Nvidia, mas sim da Ambiq Micro, empresa sediada em Austin, no Texas, que estreou na Bolsa de Nova York há cerca de um mês.
Nesta segunda-feira (25), a companhia começou a ser acompanhada de perto por analistas do mercado financeiro, de instituições como UBS, Bank of America, e Stifel.
A oferta pública inicial (IPO) de ações da Ambiq Micro foi concluída no dia 31 de julho, ao preço de US$ 24 por ação. A receita bruta para a companhia com a oferta foi de US$ 110,4 milhões. Na última sexta-feira, os papéis da empresa encerraram o pregão negociados a US$ 38,47, uma valorização de 60% desde a sua estreia.
A BofA Securities e o UBS Investment Bank atuaram como coordenadores globais conjuntos do livro de ofertas. A Needham & Company e a Stifel atuaram como coordenadores do livro de ofertas conjuntos.
Fundada em 2010 em Austin, a Ambiq Micro se especializou no desenvolvimento de soluções semicondutoras ultrabaixo consumo, particularmente voltadas para dispositivos de inteligência artificial na borda (edge AI). Para isso, a empresa utiliza sua plataforma proprietária SPOT (Sigla para Sub-threshold Power Optimized Technology) para permitir que produtos como smartwatches, fones de ouvido, dispositivos médicos, controles remotos e sistemas industriais operem com eficiência energética excepcional.
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A empresa foi criada pelos pesquisadores da Universidade de Michigan Scott Hanson (CTO), Dennis Sylvester e David Blaauw. Atualmente, o CEO da companhia é Fumihide Esaka, que assumiu o posto em 2015.
Análises do mercado
O banco de investimentos Stifel iniciou a cobertura da Ambiq Micro nesta segunda-feira, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 45. Os analistas citaram a plataforma proprietária SPOT como um fator-chave em sua tese de investimento, destacando que a tecnologia proporciona à empresa “uma vantagem competitiva significativa e duradoura”.
O grupo suíço UBS, por sua vez, iniciou a cobertura da companhia com classificação Neutra e um preço-alvo de US$ 40, considerando que a lucratividade é um fator de longo prazo para a Ambiq, que espera se tornar lucrativa apenas em 2028. Isso depende do lançamento bem-sucedido de seu produto Atomiq, que não começará a ser testado até o primeiro semestre de 2027.
Para os analistas do Bank of America, a recomendação de cobertura também é neutra, com preço-alvo de US$ 42. O banco destacou que a companhia é “especialista em IA de borda de baixo consumo a mais de 3 anos do lucro”, e que já alimentou mais de 270 milhões de dispositivos, mas continua dependente de alguns clientes-chave. O BofA projeta que as margens brutas subam para cerca de 54% até 2028.
