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QueroQuitar levanta R$ 15 mi para ajudar brasileiros a renegociar dívidas

O Brasil tem mais de 60 milhões de negativados e uma outra massa de 10 milhões que saiu da lista de restrição mais ainda tem dívidas

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A QueroQuitar, fintech especializada na negociação de dívidas, levantou uma rodada de R$ 15 milhões. O aporte foi liderado pelo grupo italiano doValue, especializado na compra de carteiras de crédito não performadas (NPL). Segundo Marc Lahoud, fundador da companhia, os recursos serão usados para o desenvolvimento de projetos na área de dados e algoritmos e para marketing.

Também está no radar a criação de novos produtos além da negociação de dívidas, como a oferta de serviços financeiros. Um deles podendo ser o próprio NPL, especialidade do novo sócio da companhia. A QueroQuitar ainda tem como investidores a 500 Startups, Wayra, BR Startups, Bossa Nova e 4 Legacy Startups.

Nascida em 2015, a fintech funciona como uma opção para empresas que querem oferecer uma alternativa a devedores sem partir para o processo tradicional de cobrança. As dívidas são listadas no site da empresa e junto com elas, já vai uma oferta de condição para negociação. O modelo de negócios é de uma comissão (success fee) cobrada em cima das parcelas que o devedor efetivamente paga depois que renegocia a sua dívida.

“A gente não fala em cobrança na QueroQuitar, mas em empoderamento do consumidor, retomar sua capacidade de consumo e na preservação da boa relação entra as duas pontas”, diz Marc.

A lista de parceiros listados no seu site tem 28 nomes como Agibank, BMG, Santander, BV, Banco Original, Havan, Vivo, PAN, Zema e will bank.

Atualmente a companhia tem um banco de dados com 57 milhões de nomes de pessoas físicas e empresas e 77 milhões de contratos para serem negociados que somam R$ 300 bilhões em créditos a recuperar. Nos últimos 12 meses foram 570 mil negociações e R$ 620 milhões transacionados. A receita subiu 220% durante a pandemia, segundo Marc.

O Brasil tem atualmente um contigente de mais de 60 milhões de consumidores negativados. Além deles, há uma outra massa de 10 milhões que saíram da lista de restrição depois dos 5 anos que é o prazo máximo para estar lá, mas ainda carregam dívidas e não conseguem consumir. “Temos um problema social. As empresas daqui a pouco não terão para quem vender”, destaca Marc. Do outro lado, nas empresas, são 5,6 milhões negativadas.

A atual rodada de investimento foi fechada no meio do ano e os recursos foram entrando ao longo dos últimos meses, de acordo com o fundador. Desde então, a equipe da QueroQuitar dobrou de tamanho, chegando aos atuais 68 profissionais.

De acordo com ele, o plano é manter o atual ritmo de crescimento. “É importante crescer com velocidade”, diz.