Gustavo Caceres e Ricardo Martins, sócio fundadores da Rastro Neural
Gustavo Caceres e Ricardo Martins, sócio fundadores da Rastro Neural (Imagem: Divulgação)

O SEO vai morrer — você com certeza já ouviu isso. A frase, que há alguns anos parecia o “chapéu de alumínio” da área da comunicação, volta a gerar preocupação com a chegada das buscas baseadas em inteligência artificial.

Se antes o Search Engine Optimization (otimização para mecanismos de busca, em tradução literal) se concentrava em agradar o algoritmo do Google, agora quem produz conteúdo precisa pensar em como ser encontrado por assistentes de inteligência artificial como ChatGPT, Gemini, Claude e Perplexity. É nesse novo cenário que surge a Rastro Neural, startup focada em se tornar o “SEO da era da IA”.

Para tirar essa proposta do papel e desenvolver a tecnologia que mapeia, organiza e posiciona marcas nas consultas realizadas em modelos de IA generativa, a empresa levantou recentemente R$ 2,5 milhões em uma rodada de investimento inicial. Os nomes dos investidores, porém, não foram divulgados ao Startups.

Google sai do jogo e dá lugar à IA

Segundo Gustavo Caceres, sócio-fundador da Rastro, o SEO não vai morrer, mas vai mudar. Ele explica que a transformação é parecida com o que aconteceu com o e-mail: muita gente decretou o fim, mas o canal apenas evoluiu. O mesmo vale para o SEO, que agora precisa lidar com um ambiente totalmente novo. “No Google você tem o Keyword Planner, você bota as palavras-chave e tem milhares de formas de descobrir. Quando se trata da IA é muito novo e falta muito tempo para isso amaturar”, disse em entrevista.

Hoje, a plataforma da Rastro Neural funciona como um “sistema de monitoramento”, que mostra o quanto uma marca é visível nas respostas geradas por ferramentas de inteligência artificial. Ou seja, o usuário insere o endereço do site e as palavras-chave que deseja analisar, e o sistema faz uma varredura em buscadores de IA como ChatGPT, Gemini e Perplexity.

A partir daí, a ferramenta identifica com que frequência a marca aparece nas respostas, quais concorrentes são mencionados e quais conteúdos estão influenciando essas citações. A solução ainda entrega dados estratégicos que ajudam empresas a entender se precisam ajustar seus sites, produzir novos conteúdos ou fortalecer parcerias com veículos relevantes.

Vale lembrar que, atualmente, o modelo é oferecido como um SaaS (software como serviço). Mas, de acordo com Gustavo, há planos de uma evolução para integrar também informações do Google e de sites próprios dos clientes.

Setores já buscam visibilidade em IA

Ainda segundo o fundador, alguns setores já demonstram precisar desse novo tipo de otimização — é o caso das fintechs, empresas de tecnologia, saúde, educação e varejo.

Apesar desses segmentos se destacarem mais, Gustavo enxerga que o impacto do SEO voltado para IA tende a beneficiar quase todas as categorias. Mesmo empresas de nicho ou indústrias com menor volume de pesquisa podem se beneficiar da otimização, já que uma única aparição relevante em uma resposta gerada por IA pode influenciar diretamente a percepção de marca e gerar novas oportunidades de negócio.