Focada em democratizar o acesso à tecnologia no mercado de comércio eletrônico, a startup Retail Hub planeja o próximo movimento de sua estratégia. Após pivotar o negócio recentemente para melhor atender às dores do mercado, a companhia busca aperfeiçoar o produto e ganhar tração a partir de sua rodada de investimento pré-seed, a ser concluída ainda em 2023.
Fundada em 2018 por Juliana Caruso Sacchi, a companhia pivotou algumas vezes até chegar no modelo atual. Em seus primórdios, o negócio oferecia solução de inteligência artificial trazida de Israel em uma época em que praticamente não se falava desta tecnologia no Brasil – o que, apesar de inovador, trouxe alguns desafios. “Foi a visão certa na época errada”, avalia a empreendedora. Depois, ofereceu serviços de agência e consultoria de e-commerce para empresas e, há cerca de três meses, passou a operar oficialmente como uma startup.
“A partir dos desafios que os clientes apresentavam, reformulamos o modelo para uma startup, colocando a tecnologia totalmente no centro. Um e-commerce muito mais rápido e performático, sem a necessidade de um desenvolvedor, e a um preço muito mais acessível”, afirma Juliana. A proposta é criar soluções acessíveis e fáceis de usar, eliminando as barreiras técnicas e proporcionando às empresas a liberdade de prosperar online. Ou seja, uma solução de ponta projetada especificamente para varejistas e empresas de comércio eletrônico criarem experiências digitais sem esforço.
A startup possui integrações com plataformas como a VTEX para a implementação das lojas digitais. Segundo Juliana, o diferencial da Retail Hub está na visão de negócio, centrada em atender às dores e necessidades do cliente. “Uma frase que gosto muito é ‘antes de escalar, é preciso fazer o seu cliente amar o seu produto’. Então, optamos por focar no produto antes de ir atrás de um ganho rápido de tração. E acho que conseguimos fazer isso – recentemente um cliente até brincou que iria tatuar o nome da Retail Hub”, conta.
Depois das pivotagens e novos desenvolvimentos, agora, a solução está pronta. Mas, como diz Juliana, sempre há melhorias para serem feitas. Por isso, a startup acaba de abrir sua primeira rodada institucional – um pré-seed entre US$ 600 mil e US$ 800 mil, cujo foco principal será aperfeiçoar o produto e ganhar mais tração.
Reunindo investidores
A startup já começou a conversar com investidores – e recebeu, inclusive, propostas para fechar uma captação ainda maior do que o previsto. “Conversei com alguns fundos que nos disseram que a Retail Hub já está no estágio mais avançado, e que poderíamos buscar cerca de US$ 1,5 milhão. Mas optamos por captar menos”, diz a executiva. A decisão partiu do desejo de construir um captable saudável para as rodadas futuras.
“Um dos aprendizados que tive ao longo da minha jornada é que muito dinheiro pode atrapalhar. Infla o negócio muito rápido e pode gerar ineficiências ou perda de cultura. Traçamos nossas prioridades e vimos que US$ 800 mil em um runway de 18 meses seriam suficientes para construirmos o produto e tracionar um pouco mais o negócio” explica.
O plano é trazer cerca de 10 investidores-anjo e 2 fundos para o quadro societário, com um olhar especial para o smart money. “Seremos cirúrgicos na nossa escolha, com investidores que possam de fato contribuir para a evolução da empresa”, afirma Juliana. Otimista com o mercado de venture capital, ela analisa que sempre haverá dinheiro e oportunidades disponíveis para bons negócios e empreendedores.
“O mercado mudou. Está buscando cada vez mais o equilíbrio entre lucratividade, escalabilidade e rentabilidade. No caso da Retail Hub, já termos o produto, a validação de clientes e geração de receita tem feito toda a diferença”. A expectativa é abrir uma nova rodada, aí sim um seed na faixa dos US$ 1,5 milhão, em meados de 2024.