A Box 24×7, startup que criou um app para aluguel de eletrônicos, games, ferramentas, utensílios e eletrodomésticos, captou R$ 1,1 milhão em sua rodada pré-seed. O investimento veio da rede Anjos do Brasil, do Programa Inova Startups (com Sebrae-SC, Bossa Invest, Raja Ventures, Unifique e BRDE) e de investidores-anjo. De acordo com o CEO, Fabio Ginzel, outros R$ 550 mil estão em negociação para complementar a rodada.
Fundada em meados de 2022, a Box 24×7 começou oferecendo armários inteligentes em condomínios residenciais, disponibilizando ferramentas e utensílios para facilitar o dia a dia dos moradores. Após um ano, pivotou seu modelo e lançou um sistema de delivery, permitindo a locação de equipamentos de forma prática pelo app.
“Pedir uma pizza no delivery é muito prático. Mas por que não posso pedir uma furadeira, um videogame ou um secador de cabelo?”, explica Fabio, resumindo a motivação para a mudança de modelo.
Os produtos são fornecidos por uma rede de parceiros, que investem entre R$ 5 mil e R$ 15 mil na aquisição dos equipamentos e podem obter renda extra ao disponibilizá-los para locação. As entregas são realizadas em até uma hora na residência do usuário, que pode usar os itens pelo tempo necessário e, em seguida, solicitar a devolução.
Nos últimos 18 meses, a startup expandiu sua rede de parceiros de cinco para 20 e aumentou o número de locações mensais de 300 para 900.
Rodada e use of proceeds
“Com a captação, nosso maior investimento hoje é em marketing”, destaca Fabio. “Como somos uma empresa B2C, precisamos estar visíveis para os consumidores. Atualmente, isso envolve anúncios e publicidade online, mas em breve teremos ações também na televisão. Uma das prioridades é aumentar a relevância da empresa tanto entre os consumidores quanto entre os microdistribuidores parceiros, responsáveis pelas entregas dos produtos.
Para fortalecer essa frente, a Box 24×7 contratou João Gonçalves como consultor. O executivo é especialista em growth para startups early-stage, com mais de 15 anos de experiência no setor e empreendedor em marketing e operações para startups, empresas digitais e modelos de marketplace. “O serviço já funciona, apresenta um bom product-market-fit e, agora, estamos focados em consolidar o playbook interno para otimizar nossas ações de marketing”, destaca João.
Segundo o especialista, o grande diferencial da Box 24×7 é o valor que gera para a sociedade. “A plataforma promove o consumo consciente e fortalece a economia circular, oferecendo acesso a produtos para pessoas que não querem ou não podem comprá-los, em um contexto de juros altos. Isso vai desde um pai que aluga um videogame para a festa de aniversário do filho até uma dona de casa que, em vez de comprar um equipamento caro, prefere alugá-lo para limpar o sofá e usá-lo sob demanda.”
Do outro lado, a startup também gera oportunidades para os microparceiros responsáveis pelas entregas. “Em muitos casos, tratamos de um casal de aposentados que tem tempo disponível, investe na aquisição dos produtos e os disponibiliza para aluguel via plataforma. Isso nos ajuda a combater uma sociedade etarista, que acredita que, após certa idade, as pessoas não têm mais utilidade. Com isso, elas se sentem bem, ativas e ainda ganham uma renda extra, contribuindo para a construção do mercado”, diz João.
A Box 24×7 monetiza retendo 30% do valor pago pelos clientes pelo aluguel dos produtos. A startup também está começando a estruturar uma nova fonte de receita, oferecendo microcrédito para os parceiros que precisam adquirir os produtos para colocá-los à disposição na plataforma. “É uma vertical ainda em fase de testes”, afirma o CEO Fabio Ginzel, destacando que a operação é totalmente internalizada e realizada pela própria Box 24×7.
Atualmente, a startup atende São Paulo capital, Guarulhos, Osasco, Taboão e a região do ABC. Entre este mês e o próximo, a expansão deve alcançar Alphaville, Barueri e Mauá. O objetivo é se consolidar na região metropolitana de São Paulo, considerada ampla e com grande potencial de mercado.
No próximo ano, a expectativa é atingir o break-even até abril, com um volume bruto de mercadorias (GMV) de cerca de R$ 500 mil por mês e 2 mil locações mensais. “A ideia é que, ao atingir esses objetivos, possamos abrir uma nova rodada para ganhar tração, com foco na expansão para outras capitais”, conclui o CEO.