Sergio Furio, CEO e fundador da Creditas | Foto: divulgação
Sergio Furio, CEO e fundador da Creditas | Foto: divulgação

Em setembro, divulgamos em primeira mão aqui no Startups sobre os planos da Creditas em fazer uma nova captação em equity – a primeira desde 2022. Eis que antes do ano acabar, a fintech de Sergio Furio fechou a sua série G, levantando US$ 108M em um deal liderado pelo banco europeu Andbank.

A rodada equity foi liderada pelo Andbank Group, instituição europeia com cerca de US$ 60 bilhões em ativos sob gestão. Em comunicado, a Creditas destacou que o negócio avaliou a empresa em US$ 3,3 bilhões, valor consideravelmente abaixo dos US$ 4,5 bilhões que teve na série F captada em 2022, quando levantou US$ 260 milhões com a Fidelity.

O novo negócio, resultado de um “namoro” de longa data entre a Creditas e o banco europeu, chega com a conclusão da compra do Andbank Brasil pela fintech brasileira.

O negócio da Creditas com o Andbank foi anunciado inicialmente em julho de 2022, cerca de seis meses depois dela ter fechado a sua série F. Na ocasião do acordo com o banco europeu, a fintech recebeu uma injeção adicional de capital, com uma extensão de US$ 50 milhões.

Adicionalmente, o acordo também estabelece uma parceria entre Andbank e Creditas para a expansão da Andbank Wealth, entidade focada no segmento private no Brasil.

“Com isso, o Grupo Andbank reforça sua aposta no Brasil, agora com uma presença focada no segmento de private banking e contando com Creditas como sócia”, destacaram as duas empresas em nota conjunta.

Do lado da Creditas, na visão do CEO Sergio Furio, o estreitamento de laços com a Andbank tem outros benefícios, fortalecendo a estrutura de funding da companhia, reduzindo custo médio e aumentando a resiliência financeira do negócio, que conforme resultados financeiros recentes, vê uma “luz no fim do túnel” para se tornar rentável.

“Esta transação representa muito mais do que a integração de um banco. É a consolidação de um ecossistema financeiro completo, que une crédito, seguros e investimentos sob uma mesma visão de tecnologia e experiência do cliente”, afirma Sergio.

Além disso, parece que ao ter uma instituição financeira internacional robusta no captable, a fintech compra um necessário tempo para encaminhar seus planos de “arrumar a casa” e, talvez abrir o caminho para o para o sonhado evento de liquidez dos invstidores – que em tempos normais seria um IPO, mas que no cenário atual, parece algo bem distante.

Vale lembrar que, no caso de outros gigantes brasileiros, como o caso do Nubank (empresa nascida em 2013, um ano depois da Creditas), a série G foi a última captação antes do neobanco fazer o seu IPO em 2021.

Outro anúncio

Além da rodada e da conclusão do negócio, a Creditas aproveitou o momento para anunciar a chegada de um novo Chief Technology & Operations (CTO/COO), o ex-BBVA Ricardo Forcano. Em comunicado, o novo executivo afirmou que a prioridade é “unir talento e tecnologia para entregar soluções financeiras eficientes, seguras e inovadoras”.

“A integração do Andbank e o fortalecimento da estratégia de funding ampliam significativamente o potencial da companhia para crescer e expandir seu impacto nos próximos anos. A Creditas construiu um modelo de negócio único no mercado, e minha prioridade será acelerar essa agenda”, finaliza.