A Firecrawl, startup fundada por brasileiro, mas com a maior parte de sua operação no mercado internacional, acabou de fazer uma captação de peso. Em um deal liderado pela Nexus VP, com follow-on da Y Combinator, a empresa de soluções de estruturação de dados para sistemas de IA levantou um aporte de R$ 81 milhões.
Além do fundo norte-americano – que já investiu em nomes como Apollo e Bolt – e da famosa aceleradora, entraram na rodada investidores estratégicos como Tobias Lütke, CEO da Shopify.
Em nota, a empresa destacou que os recursos serão empregados na expansão da operação no Brasil, além do aprimoramento das tecnologias proprietárias e investimentos em seu go-to-market global. Hoje, a Firecrawl atende mais de 6.500 empresas globalmente, sendo mais de mil localizadas no Brasil — entre elas nomes como Shopify, PwC e Zapier.
Segundo Nicolas Camara, CTO e cofundador da Firecrawl ao lado dos norte-americanos Caleb Peffer (CEO) e Eric Ciarla (CMO), o Brasil vem ganhando protagonismo dentro da operação geral da startup, e o aporte chega para endereçar esse interesse do mercado brasileiro.
“O Brasil tem sido um polo relevante na adoção de soluções voltadas à IA. A comunidade de desenvolvedores é forte, e muitas empresas já estão usando a Firecrawl para construir agentes, chatbots e ferramentas de automação com dados da web”, afirma Nicolas.
A plataforma da Firecrawl é open source e funciona como uma API que coleta e organiza informações disponíveis na internet, transformando páginas desestruturadas em dados legíveis por modelos de linguagem (LLMs) e sistemas baseados em IA.
Originalmente, a empresa tinha como solução uma espécie de assistente de IA que respondia perguntas técnicas com base em documentações, mas a companhia resolveu pivotar sua tecnologia para endereçar um desafio mais latente dos desenvolvedores: extrair e organizar dados.
Aliás, para fazer essa transição, a companhia recebeu no ano passado um investimento seed de US$ 2 milhões da Y Combinator.
Com um time de apenas dez pessoas, o plano da Firecrawl com o aporte é aprimorar sua tecnologia proprietária, ampliando seu alcance entre desenvolvedores, mantendo uma estrutura enxuta. “Nosso foco está em escalar com eficiência. Investimos em talentos altamente autônomos e no uso de agentes de IA para aumentar a produtividade. Acreditamos que esse modelo é mais sustentável do que inchar a operação”, afirma Nicolas.