É pra ficar animado ou desanimado? Segundo um estudo da Sling Hub, julho foi o melhor mês do ano em investimentos para startups, com mais de US$ 803 milhões em aportes. Entretanto, um outro estudo, do Distrito, mostrou que o Brasil teve uma queda em investimentos, ficando em US$ 117,4 milhões.
No caso do Brasil, a marca de julho representa uma queda de aproximadamente 35% no volume de investimentos, com um total de 32 rodadas contabilizadas – em junho foram 36, Em comparação com julho do ano passado então, a queda é ainda maior: há 12 meses, startups brasileiras receberam US$ 373,8 milhões em 69 rodadas de investimento.
A maior concentração de deals ficou no seed stage (anjo, pré-seed e seed), com 23 do total de 32. O early stage (série A e série B) registrou 9 deals em julho. Porém, não foi registrada nenhuma rodada no late stage. Os setores com maior número de aportes foram fintech (6), greentech (5), retailtech (4) e HRTech (3).
Em julho, foram realizados 8 M&As no ecossistema de startups brasileiro. Esse número representa uma variação de -66% em relação a julho de 2022, quando o número de operações foi de 24.
Segundo o CEO do Distrito, Gustavo Gierun, apesar da queda, há algumas informações que inspiram um certo otimismo, como o número de rodadas, que se manteve quase estável ao longo dos meses em 2023. Isso mostra que os investidores continuam em busca de boas oportunidades. A retomada desse mercado ainda depende de um alívio monetário global, uma vez que as taxas elevadas de juros diminuem o apetite por risco, sobretudo no late stage”, explica Gustavo.
Na América Latina melhorou
Se o ecossistema brasileiro recuou em julho, o cenário latino-americano, por sua vez, tem motivos para comemorar, já que foi o melhor mês em investimentos para startups latinas. Segundo o estudo do Sling Hub, foram US$ 803 milhões distribuídos em 77 rodadas, volume quase 10% maior que realizado em janeiro (US$ 740 milhões), melhor mês até então.
O resultado também representou a menor queda ano a ano em 2023 – 9% em relação a julho do ano passado. Em comparação com junho deste ano, o aumento foi de 68%.
O curioso nisso tudo é que o levantamento do Sling Hub também registrou crescimento no Brasil, mostrando que US$ 295 milhões foram investidos em startups brazucas, um aumento de 37% sobre os US$ 180 milhões em junho. Entretanto, há uma explicação para isso: pela métrica da Sling Hub, são consideradas como investimentos as rodadas equity, receivable funds e dívidas (debt). Olhando apenas para as rodadas equity, foram US$ 609 milhões investidos em startups latam no último mês.
Tirando da equação o venture capital, o levantamento da Sling Hub destacou o investimento private equity da XP na biotech Superbac, que sozinho movimentou R$ 300 milhões (US$ 62,5 milhões aproximadamente). Foi a maior captação do setor no mês.
No venture capital, as maiores rodadas do período, por tipo de rodada ficaram fora do Brasil: foram a colombiana Licify no seed (US$ 3,4 milhões); a colombiana Alegra no series A (US$ 22 milhões); a mexicana Nexu no series B (US$ 20 milhões); e a mexicana Bright Inc. no series C (US$ 31,5 milhões).