A onda de aportes em startups de inteligência artificial continua. Desta vez, a lawtech Lexter.ai levantou R$ 16 milhões (US$ 3 milhões) em uma rodada seed liderada pela Alexia Ventures, com a participação dos já investidores Grão.VC e Canary. A Endeavor Scale-Up também entrou no negócio.
A empresa desenvolveu uma plataforma de análise de documentos jurídicos utilizando modelos de inteligência artificial, combinando algoritmos próprios com plataforma avançadas como o GPT-4, da OpenAI.
Segundo a empresa, por meio de sua tecnologia – especialmente o Assistense Lexter, lançado no ano passado – cerca de 180 escritórios otimizam trabalhos como ler, analisar e redigir contratos, petições e outros documentos. Na lista de clientes estão grandes nomes do setor jurídico, como Demarest e Tozzini Freire.
Com a nova rodada, o plano da Lexter é expandir sua presença e aprimorar a plataforma indo além dos grandes escritórios que já atende e desenvolvendo uma solução para ganhar escala e conquistar pequenas firmas de advocacia. A startup também quer investir em educação, com uma vertical de cursos de treinamentos.
“Outras ferramentas de inteligência artificial generativa trazem informações que parecem coerentes, mas são incorretas, o que é um risco gigante para os advogados. Nossa solução é a resposta para esse problema: com conhecimento jurídico atualizado das leis brasileiras, faz pesquisa de fundamentação jurídica sem inventar e pode ser usado como fonte”, afirmou Pedro Jahara (de pé, ao centro na foto), CEO e cofundador da Lexter.ai., em nota.
É a terceira rodada da lawtech. Em 2022, ela levantou um pré-seed de US$ 500 mil com a Grão.VC e Canary (que voltaram na nova rodada). Ela também passou por uma das turmas de aceleração da Y Combinator, quando captou US$ 1 milhão em um pré-seed. A empresa também passou pelo programa de aceleração Attix, do escritório Mattos Filho, especializado em lawtechs.
Aliás, falando em Canary, é o segundo aporte do fundo em startup de IA em menos de uma semana. Ela liderou uma rodada de R$ 12 milhões na Inner AI, que desenvolveu uma plataforma de criação de conteúdo integrando diferentes modelos de linguagem em uma interface única.
Segundo Bianca Martinelli, sócia da Alexia Ventures, o crescimento de startups como a Lexter mostra como os escritórios de advocacia ainda tem uma grande demanda por inovação, já que a adoção de tecnologia é historicamente abaixo da média em relação a outros setores.
“Acreditamos firmemente que AI e LLMs (Large Language Models) têm potencial para mudar a forma como os advogados trabalham. Não os substituindo, mas empoderando-os e permitindo a eles gastar tempo com o que realmente importa, com atividades estratégicas que gerem valor aos seus clientes”, finaliza Bianca, em comunicado.