Apesar de ter sido criada por um brasileiro, a distribuidora digital Magroove tem hoje 70% da sua base de artistas nos Estados Unidos e Europa. Depois de captar R$ 8 milhões com DOMO.VC em 2023, a startup vai abrir nova rodada para aumentar o portfólio de serviços oferecidos aos artistas e alcançar uma nova base de clientes no Brasil e no exterior: os artistas em ascensão.
Até então, a plataforma era focada em ampliar o alcance de artistas independentes nas plataformas de streaming. Agora, ideia é atingir os artistas que já não são mais classificados como independentes, mas estão em ascensão, com até 1 milhão de ouvintes mensais nas plataformas, e que já possuem mais estrutura, equipes, e uma base de fãs consolidada.
Com os recursos da nova rodada, que deve ficar entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, a Magroove quer passar a oferecer serviços mais robustos, como design para capas de álbuns, elaboração de pitch para plataformas de streaming, entre outros. Tudo com ajuda da inteligência artificial para tornar a operação mais escalável, conta Vítor Cunha, CEO e co-fundador da empresa.
Antecipação de royalties
Os outros cerca de R$ 3 milhões viriam por meio de uma operação com um parceiro financeiro para viabilizar uma espécie de antecipação de recebíveis aos artistas.
“Não é exatamente um recebível, é uma receita recorrente de royalties que eu consigo calcular e antecipar esse valor. Queremos fazer uma fintechização da indústria da música. Sabemos da dificuldade que é ser artista no Brasil e queremos oferecer esse serviço como um diferencial para os artistas mais estabelecidos”, afirma Vítor.
Criada pelo brasileiro Vitor Cunha, produtor musical e engenheiro de som, e Fabrício Schiavo, engenheiro
mecatrônico, a Magroove já tem mais de 400 mil de artistas de 197 países em sua base. “Nosso foco sempre foi mundo. O Brasil correspondia a menos de 0,5% da nossa base. Agora estamos vindo forte para o mercado brasileiro, e focando nos artistas em ascensão”, diz.
No Brasil, recentemente a Magroove anunciou nomes como Gabriel Porto, Tauã Cordel, Luiz Brazil e PP, além do selo Tropical Gold e a gravadora independente 39d.Studios para o catálogo.
Desde a fundação, a startup recebeu três rodadas. As duas primeiras, em 2020, foram usadas para formalizar e implementar melhorias na solução da empresa para artistas e lançar o aplicativo de descoberta musical com IA.
Já os recursos captados com a DOMO.VC foram usados para aperfeiçoar os produtos, expandir no mercado brasileiro e impulsionar a parceria com a Merlin, de licenciamento de músicas digitais, e a se tornar a primeira ISRC Manager independente brasileira, vinculada diretamente a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica).
”Ser ISRC Manager é um grande passo em direção à desburocratização da indústria nacional, permitindo a nós termos mais flexibilidade e agilidade no registro e controle de gravações em âmbito global, sem precisar responder a órgãos nacionais, uma vez que o vínculo é diretamente com a matriz no Reino
Unido”, explica Vitor Cunha, CEO e cofundador da Magroove.