Antes do apagar das luzes de 2024, mais uma megarodada para um player global no mercado de inteligência artificial. Tudo bem que a Databricks está mais para uma plataforma de inteligência de dados, mas ela cresceu exponencialmente nos últimos anos ao utilizar também IA para treinar seus modelos de análise. Agora, a companhia vale US$ 62 bilhões, após fechar uma impressionante rodada de US$ 10 bilhões.
Para ter uma ideia, o cheque levantado pela Databricks é superior ao de US$ 6,5 bilhões que a OpenAI embolsou em outubro passado, e mais do que os US$ 6 bilhões que a xAI anunciou há algumas semanas. Entretanto, no valuation ela ficou atrás, já que a OpenAI saltou para US$ 157 bilhões em valor de mercado.
Além disso, com a grana extra no caixa, a Databricks se fortalece na competição com a Snowflake, startup francesa de dados para IA que fez seu IPO em 2021 e atualmente vale cerca de US$ 56 bilhões.
A rodada foi liderada pela Thrive Capital, de Joshua Kushner, mesmo fundo que liderou o aporte histórico na OpenAI. Também entraram no deal fundos de renome como Andreessen Horowitz, DST Global, GIC, Insight Partners e WCM Investment Management.
A Databricks foi fundada em 2013 em San Francisco e fornece ferramentas de software para armazenar e analisar grandes quantidades de dados online – os chamados “data lakes”.
Com essa premissa, a companhia se tornou também uma empresa de IA nos últimos anos, utilizando sua solução de dados para ajudar empresas a construir e operar softwares que utilizam IA, como chatbots e outros serviços.
O boom da IA fez bem para a Databricks, que espera ter em janeiro mais de US$ 3 bilhões em receita anual. Segundo reporta e Reuters, a companhia espera fechar seu próximo ano fiscal com uma receita de US$ 3,8 bilhões.
No Brasil, a Databricks já opera há três anos, mas só abriu escritório no fim de 2023. Atualmente cerca de 100 pessoas trabalham para a companhia no país, atendendo clientes como Nubank, PicPay, Bradesco, Santander e iFood.
Segundo destacou o CEO Ali Ghodsi ao The New York Times, a rodada será utilizada para contratar talentos de IA, investir em novos produtos de IA e oportunidades potenciais de fusões e aquisições. Além disso, parte do dinheiro também servirá para a empresa recomprar ações do negócio junto a parte de seus funcionários.
Com o movimento, a companhia que há tempos era candidata a um IPO diminui a sua pressa para uma oferta pública. “Acredito que a empresa será uma empresa pública durante a maior parte de sua vida. E não é se, é quando. Teoricamente, o mais cedo que poderíamos fazer isso seria no próximo ano, mas temos alguma flexibilidade agora”, disse o CEO.